Quatro pessoas foram detidas no Distrito Federal acusadas de parcelar e vender chácaras em uma Área de Preservação Ambiental (APA) em Brazlândia. As prisões aconteceram na manhã desta terça-feira (23/4), quando investigadores Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema) cumpriram quatro mandados de prisão temporária e seis mandados de busca e apreensão contra advogados e corretores imobiliários.
O grupo é suspeito de formar uma associação criminosa que parcelou pelo menos quatro áreas na APA da Bacia do Descoberto, em Brazlândia. O local é completamente impróprio para moradia, pela proximidade com o principal manancial de abastecimento de água de Brasília. "A retirada de vegetação nativa e a impermeabilização do solo decorrente das construções oriundas do parcelamento causam danos ambientais de dimensões inestimáveis", divulgou, em nota, a Dema.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Mariana Araújo Almeida, a área grilada tem cerca de 50 mil m; e os lotes eram vendidos por R$ 35 mil. "Eles vêm atuando desde 2010, quando se iniciou esse parcelamento. A área já tinha passado por derrubadas promovidas pela Agefis, então o líder da associação se aproveitava desse fato para vender o mesmo lote mais de uma vez, já que os compradores não chegavam a edificar o local ou faziam construções e elas eram retiradas."
Como os suspeitos faziam mais de uma venda do mesmo terreno, ainda não é possível calcular o lucro deles ao longo desses quase 10 anos de atuação, mas a delegada acredita que o grupo tenha faturado cerca de R$ 1 milhão. O nome da operação, Parentela, foi inspirado em investigações que apontaram ligações de parentesco entre os envolvidos no crime.