O policial civil Péricles Marcos Júnior, que atirou e matou o tenente Herison de Oliveira Bezerra na madrugada desta segunda-feira (15/4), participará, nesta terça (16/4), de uma audiência de custódia. Um juiz decidirá se o acusado continua preso ou se poderá responder o processo, inicialmente, em liberdade. Péricles está na carceragem do Departamento da Polícia Civil desde a última madrugada, quando foi detido em fragrante, após disparar três vezes contra o militar em uma casa de show no Areal, região de Águas Claras.
Além da audiência que decidirá o destino do atirador, a Polícia Civil do Distrito Fedederal (PCDF) informou que um processo administrativo será aberto para investigar internamente o caso. Medidas punitivas no meio institucional também não estão descartadas.
O caso
O desentendimento entre os dois policiais aconteceu em uma casa de festas, na madrugada desta segunda-feira (15/4). As imagens da câmera de segurança mostram Péricles Marcos parado, encostado em um balcão, quando Henri passa e esbarra no suspeito. Os dois começam uma discussão, que dura segundos. Irritado, o policial civil saca a arma e dispara contra o tenente. O militar também tirou a arma do coldre, mas não chegou a efetuar nenhum disparo.
Policiais militares que atuavam nas proximidades do Barril 66, às margens da Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB) chegaram rapidamente à cena do crime. Informados do que havia acontecido, prenderam Péricles e socorreram o colega de corporação. Henri foi levado ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), mas não resistiu aos ferimentos e morreu minutos depois de dar entrada na unidade de saúde.
Uma mulher, de 39 anos, também acabou atingida por um projétil, na coxa. Ela foi socorrida, orientada e estável, e recebeu alta poucas horas depois.
Luto
Nas redes sociais, amigos e parentes de Henri lamentaram a tragédia. Assim que souberam do ocorrido, familiares da vítima se reuniram na casa da avó do PM, em Ceilândia. "Eu fui o primeiro a receber a notícia, ainda de madrugada. Ninguém aqui consegue acreditar no que aconteceu e também não sabemos o que fazer", disse, ao Correio, um tio do militar, o funcionário público Sérgio Messias, 53.
Herison foi criado no Guará e sempre foi muito ligado à família. Como trabalhava no 10; Batalhão da PM, em Ceilândia, visitava a avó todos os dias. "Ele sempre ligava e perguntava se tinha almoço. Minha mãe mora sozinha e ele era uma companhia frequente para ela", relembrou o tio.
O velório de Herison de Oliveira Bezerra, segundo tenente da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) acontece nesta terça-feira (16/4), no Tempo Militar Evangélico, no Setor Policial Sul. A cerimônia está marcada para começar às 8h. O sepultamento está previsto para as 11h, no Cemitério da Esperança, na Asa Sul.
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