O marceneiro de 45 anos preso na quarta-feira pela tentativa de estupro de uma menina é suspeito de cometer outros oito abusos sexuais registrados na 31; Delegacia de Polícia (Planaltina). Os crimes ocorreram de 2000 até o ano passado e não foram solucionados. Duas das vítimas eram adultas e, as demais, crianças e adolescentes.
Até ontem, o homem havia sido indiciado por três estupros, dois cometidos contra as sobrinhas, quando elas tinham 7 e 8 anos ; os crimes foram recorrentes e perduraram até as vítimas completarem 13 anos ;, e o de uma mulher de 46 anos. Todos aconteceram em Planaltina.
Policiais detiveram o acusado na quinta-feira, quando ela se dirigia ao encontro de uma vítima de 13 anos. A mãe dela encontrou conversas entre a filha e o marceneiro no WhatsApp. ;A mulher já tinha visto o suspeito tentando contato com a vítima no início do ano, pelo Facebook. Como a mãe cortou a relação, acreditou que a menina não era mais importunada. Mas, ao ver a insistência do homem, decidiu procurar a polícia;, contou o delegado Fabrício Augusto Borges, chefe da 31; Delegacia de Polícia (Planaltina).
Nas conversas, o acusado se passava por engenheiro civil que tinha o ;sonho de estudar psicologia para entender a mente das meninas e adolescentes;, segundo Fabrício Borges. Ele também usava nomes e fotos de outros homens. Oferecia presentes às vítimas, como roupas, sapatos e dinheiro. Após uma investigação para chegar a verdadeira identidade do marceneiro, constatou-se que ele era indicado como suspeito em outros crimes.
Com a informação, os agentes pediram ajuda à mãe da criança. ;Nesse encontro, que na verdade era a mãe se passando pela filha, ficava explícito o intuito do homem. Ele deixou claro que se encontravam em frente à loja de sapatos e, depois, iam para a casa dele, onde fariam atos que ela gostaria. Mas, uma criança em formação como a vítima, não tem noção real do que tudo isso significa;, destacou o delegado.
Família
Uma sobrinha dele, atualmente com 15 anos, havia procurado a 31;DP na segunda-feira, após relatar à mãe os abusos sexuais sofridos ao longo dos anos. ;Ela contou, com riqueza de detalhes, sobre os estupros. A mãe também disse que a história veio à tona quando a filha teve uma crise de pânico na rua. Tudo isso corrobora para a investigação, que está cada vez mais robusta de provas;, comentou Borges.
Esse não foi o único caso de estupros cometidos em âmbito familiar do suspeito. Ontem, uma segunda sobrinha o denunciou na 31;DP. ;Ele é de família humilde e, como tem duas marcenarias em Planaltina, na Vila Buritis e em Arapoanga, usava a desculpa de poder trabalhar em horário próprio para cuidar das meninas. Mas, na verdade, o intuito dele era cometer as barbáries. Para evitar ser descoberto, ameaçava as vítimas de morte e, ainda, dizia que mataria todos os familiares delas;, acrescentou o delegado.
Fabrício também frisou que o homem tem um modus operandi, pois, ;os abusos cometidos contra as sobrinhas e as idades que ambas tinham à época demonstram um padrão. Tudo isso aponta que o homem é contumaz na prática desse tipo de delito. Por isso, começamos a procurar outros casos de estupros registrados na delegacia.;
Como o suspeito é manco de uma perna ; ficou assim após levar um tiro no membro inferior ;, o detalhe foi importante para chegar a uma quarta vítima: uma mulher de 46 anos, estuprada quando ia para o trabalho, próximo à marcenaria do acusado. ;Há um vídeo mostrando o autor correndo atrás da vítima. O retrato falado e a altura dada pela vítima batiam com o tipo físico do homem. Mas, para termos certeza, ligamos para a mulher e informamos sobre a prisão do possível autor. Ela disse que poderia fazer o reconhecimento e, assim que o viu na sala com outros homens, não teve receio em apontá-lo;, afirmou Borges.