Jornal Correio Braziliense

Cidades

Ex-candidata a distrital é investigada por fingir ser vítima em Brumadinho

Suspeita chegou a declarar que vivia em Minas Gerais e que sobrevivia da atividade agropecuária na região; ela recebeu R$ 65 mil em indenização da mineradora Vale

A Polícia Civil de Minas Gerais investiga a ex-candidata distrital Ana Maria Vieira Santiago, de 57 anos, por estelionato. Moradora do Cruzeiro, ela é suspeita de se passar de vítima da tragédia de Brumadinho (MG).


Conforme as investigações da Polícia Civil, Ana Maria informou que seria proprietária de uma fazenda na região do Parque da Cachoeira, local devastado pela lama.

A suspeita declarou ainda que realizava atividade agropecuária e que essa era sua única fonte de renda. Ainda de acordo com o inquérito policial, ela teria coagido moradores da região para confirmar a versão.

A Polícia Civil mineira informou que a suspeita chegou a receber R$ 65 mil em indenização da mineradora Vale. A investigação, de acordo com a corporação, começou logo quando Ana Maria procurou a mineradora e a polícia, requerendo indenização.

A assessoria de imprensa da Polícia Civil, em Minas, informou que o caso está sendo investigado. A suspeita prestou depoimento e pode responder pelo crime de estelionato. Ela deu entrada no presídio feminino em 19 de março. A polícia disse ainda que os moradores que ajudaram na farsa podem responder por falsidade ideológica.

Desde a tragédia em Brumadinho (MG), no dia 25 de janeiro, a Polícia Civil já requisitou a retirada de 17 pessoas na lista de vítimas do desastre. A corporação ainda investiga outras seis pessoas pelo crime de estelionato.

Até o momento, o desastre com a barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão tem 224 mortos identificados e 69 pessoas desaparecidas, conforme último balanço divulgado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil.

Investigação


Natural de Anápolis (GO), Ana Maria Vieira Santiago foi candidata a deputada distrital em 2014 pelo MDB, mas não conseguiu votos suficientes para o pleito. O presidente do partido no Distrito Federal, Tadeu Fillippelli confirmou que a suspeita ;não tem nenhuma ligação com o MDB. Não é filiada desde 2014;, esclareceu.

O Correio tentou, por diversas vezes falar com Ana Maria Vieira Santigado, mas ninguém atendeu as ligações.