Jéssica Eufrásio
postado em 03/04/2019 20:15
Reduzir custos com pessoal, serviços de terceiros e com perdas de energia provocadas por ligações clandestinas serão o foco da Companhia Energética de Brasília (CEB) deste ano até 2023. Diante de uma dívida acumulada de R$ 1 bilhão, a diretoria da concessionária apresentou, nesta quarta-feira (3/4), um plano de negócios para cortar gastos e voltar a ter resultados positivos nas receitas.
A reunião para divulgar o balanço administrativo referente a 2018 teve foco, principalmente, nos acionistas da CEB Holding ; conglomerado que reúne todas as empresas do grupo CEB. Apesar dos lucros em todo o conjunto, o segmento de distribuição da empresa registrou uma perda de R$ 33,7 milhões.
A reunião para divulgar o balanço administrativo referente a 2018 teve foco, principalmente, nos acionistas da CEB Holding ; conglomerado que reúne todas as empresas do grupo CEB. Apesar dos lucros em todo o conjunto, o segmento de distribuição da empresa registrou uma perda de R$ 33,7 milhões.
Os dados representam um desafio para a equipe administrativa da CEB e para o GDF, que detém 80,2% do capital da companhia. A diretoria que tomou posse em 2019 analisou os índices e readequou o plano de negócios da concessionária.
Entre as medidas previstas para os próximos quatro anos estão a venda de terrenos da CEB Distribuição e a cessão de ativos da CEB Geração. Os consumidores não verão repasses nas contas de luz, pois aumentos nas tarifas são definidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Entre as medidas previstas para os próximos quatro anos estão a venda de terrenos da CEB Distribuição e a cessão de ativos da CEB Geração. Os consumidores não verão repasses nas contas de luz, pois aumentos nas tarifas são definidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Expectativas
O plano de negócios anterior previa um lucro de R$ 33,2 milhões nas contas da CEB Distribuição, mas o resultado foi ainda pior em relação a 2017. Já os lucros da CEB Holding decorreram, principalmente, da alienação de um imóvel de R$ 76,1 milhões da CEB Geração.
O desequilíbrio econômico-financeiro da CEB Distribuição tem demandado aportes constantes da holding. "A companhia tem vivido da venda de ativos para cobrir despesas operacionais", afirmou o presidente da distribuidora, Armando Casado. A queda nos rendimentos decorreu de gastos com pessoal (R$ 16,5 milhões em folha), material, serviços de terceiros e demais despesas acima dos padrões estabelecidos pela Aneel.
Além disso, há ligações ilegais de energia, os ;gatos; e atrasos com as obras do Brasília Leste, que previam a instalação de quatro linhas de transmissão para escoamento da energia. O descumprimento da data de início dos trabalhos prevista em contrato gerou uma multa de R$ 42 milhões para a empresa.
O desequilíbrio econômico-financeiro da CEB Distribuição tem demandado aportes constantes da holding. "A companhia tem vivido da venda de ativos para cobrir despesas operacionais", afirmou o presidente da distribuidora, Armando Casado. A queda nos rendimentos decorreu de gastos com pessoal (R$ 16,5 milhões em folha), material, serviços de terceiros e demais despesas acima dos padrões estabelecidos pela Aneel.
Além disso, há ligações ilegais de energia, os ;gatos; e atrasos com as obras do Brasília Leste, que previam a instalação de quatro linhas de transmissão para escoamento da energia. O descumprimento da data de início dos trabalhos prevista em contrato gerou uma multa de R$ 42 milhões para a empresa.
Caso não permaneça dentro dos padrões regulatórios de gestão e qualidade de serviço exigidos pela Aneel no contrato firmado até 2045, a CEB perderá a concessão para atuar no DF. A companhia atende 1,1 milhão de consumidores regulares e, por isso, pretende levar adiante os planos para lidar com os problemas analisados, segundo o presidente, Edison Garcia.
;Foi um processo histórico que fez com que a empresa acumulasse dívidas. Acreditamos que a CEB tem capacidade e é um mercado interessante. Temos todas as condições de ser uma companhia eficiente se conseguirmos, de alguma forma, equilibrar esses gastos, reduzi-los, aumentar a receita e resolver problemas de endividamento;, ressaltou. Edison ainda negou a possibilidade de privatização da concessionária, . "Não temos orientação interna para isso. Temos a missão de recuperar a empresa."
Grandes consumidores
Outro ponto que provocou os problemas financeiros envolve a falência de empresas e o aumento de 48,6% no número de consumidores livres ; grandes clientes industriais que compram energia diretamente no mercado das geradoras. ;Isso ocasionou uma redução do faturamento da companhia, já que esse grupo não adquire energia da CEB Distribuição;, informou a assessoria da empresa.
Edison pontuou que problemas com os ;gatos de energia; também causaram prejuízos de cerca de R$ 200 milhões no ano passado. Com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre a distribuição legal do serviço, seria possível repassar R$ 38 milhões para o caixa do GDF. Nesse mesmo rol estão incluídas empresas que faliram e não tiveram como liquidar as dívidas com a companhia.
;Estamos passando um pente-fino em tudo. Vamos trocar experiências e bases de dados com a Secretaria de Fazenda para não acabarmos gastando dinheiro com investimentos em recuperação de créditos sem sucesso", pontuou o presidente da CEB.
;Estamos passando um pente-fino em tudo. Vamos trocar experiências e bases de dados com a Secretaria de Fazenda para não acabarmos gastando dinheiro com investimentos em recuperação de créditos sem sucesso", pontuou o presidente da CEB.