Jornal Correio Braziliense

Cidades

PCDF prende acusados de organização criminosa, estupro e homicídio

A 35ª DP (Sobradinho 2) prendeu, neste fim de semana, acusados de cometerem crimes na região. Um dos criminosos aterrorizava moradores do DF e Goiás há 15 anos

Entre o último sábado (30/3) e domingo (31), três acusados por crimes de homicídio, estupro de vulnerável e associação criminosa na região do Distrito Federal e Goiás foram presos na 35; Delegacia de Polícia (Sobradinho 2).

Um líder de uma organização criminosa que, há 15 anos, praticava crimes na região de Sobradinho 2, Fercal e algumas cidades do Goiás, estava entre os presos. Procurado por cometer roubos a fazendas, principalmente em Água Fria de Goiás, Padre Bernardo e Mimoso de Goiás, o chefe do bando andava sempre armado, intimidava a população e era conhecido por fazer ameaças constantes contra policiais.

A organização criminosa que comandava contava com a participação de, ao todo, oito integrantes. Seis deles estão presos e dois permancem foragidos. "Agora, com a detenção do cabeça do bando, é questão de dias a prisão dos poucos que ainda estão foragidos", garantiu Laércio Carvalho, delegado chefe da 35; DP.

Entre as acusações feitas contra o preso, estão latrocínio (roubo com morte), porte ilegal de armas, homicídio, roubo e tentativa de homicídio contra policiais da 35; DP, além de ser investigado por explosão e roubo a caixas eletrônicos.
O criminoso havia sido condenado, em outra circunstância, a 50 anos de reclusão e tinha quatro mandados de prisão em aberto e responde a cerca de 20 processos no Goiás e DF. "Ele já tinha sido alvo de várias tentativas de prisão. Todas as vezes recentes que tentamos prendê-lo, não logramos êxito. Em uma dessas tentativas, o criminoso atirou à queima-roupa contra policiais da 35; DP", contou Laércio Carvalho.

Abuso

Em 2 de janeiro deste ano, dois homens estupraram uma menina de 11 anos em Sobradinho. A dupla iludiu a jovem com promessas de namoro e, no dia do crime, disseram que a levariam para um churrasco em uma chácara de um conhecido da família da vítima. "Eles utilizaram da facilidade de conhecerem a vítima e morarem próximo da casa da criança e ficaram cercando a garota, tentando convencê-la a entrar no carro, quando ela entrou no veículo, no trajeto para a suposta festa, os dois tiraram a roupa da menina e cometeram o estupro;, relatou Laércio Carvalho.

"Depois do crime, eles levaram a garota e a deixaram próximo da casa onde ela mora. De imediato, a menina não relatou o acontecido aos pais. Depois de alguns dias, ela começou a apresentar comportamento estranho, arredio, agressivo e relatou para uma amiga da família o que havia sofrido", disse o delegado. Esta amiga da família informou a mãe da vítima e foram todos à delegacia registrar ocorrência.

Desde a denúncia foram tomadas as providências técnicas. A vítima foi encaminhada ao Instituto Médico Legal para exame de corpo de delito, o qual constatou que realmente houve abuso. "Foi todo um trabalho desenvolvido para que não houvesse dúvida quanto à prática do delito e sua autoria", afirmou Laércio. Os acusados foram identificados pela garota, que conhecia ambos. "Desde então, foi expedido mandado de prisão. Um dos envolvidos encontra-se preso e o segundo, estamos prestes a deter", assegurou Laércio.

Homicídio

Outro caso solucionado neste fim de semana resultou na prisão do autor do único homicídio que ocorreu em Sobradinho neste ano. Segundo o relato do autor, ele estaria com medo da vítima, um homem de 29 anos, e acabou desferindo um golpe de faca contra ele para se defender. ;Mas essa informação não foi comprovada. Não temos qualquer evidência de que a vítima oferecia algum risco para o autor do crime;, alegou o delegado Laércio Carvalho.

O crime ocorreu em frente à casa do autor do homicídio. "O acusado tinha usado muito craque, então acreditamos que ele estava sofrendo alucinações, saiu para a rua e a primeira pessoa que ele encontrou se tornou a vítima fatal", comentou Laércio. O criminoso confessa o crime e não demonstra qualquer remorso. "Eu só queria dar um susto nele, não queria ter matado. Ele morreu porque quis", confessou o preso.

"Ele conta sobre o crime com um grau de frieza que assusta até nós, policiais", disse o delegado. Não há indícios de que o preso e a vítima se conheciam. O criminoso acumula diversas passagens pela polícia por furto e porte de arma de fogo.

* Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca