Isa Stacciarini
postado em 27/03/2019 12:35
O líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, transferido para a Penitenciária Federal em Brasília há cinco dias cumpre pena em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Em razão de não poder sair para tomar banho de sol diário de duas horas, ele está instalado em uma cela de 14 metros quadrados com uma pequena fresta por onde o sol entra. As demais têm 6m;.
Durante os 20 primeiros dias, Marcola fica em fase de inclusão, ou seja, em isolamento total. Mas, quando desembarcou em Brasília, na última sexta-feira (23/3), o preso perguntou porquê havia sido transferido.
No presídio, ele é classificado como um interno ;doutrinado;. Obedece aos comandos, cumpre as regras e não apresenta nenhuma resistência. Ele e outros três integrantes do PCC se instalaram na última semana em Brasília, após serem transferidos da penitenciária de segurança máxima em Porto Velho (RO).
Desde fevereiro, , mas a unidade funciona desde 16 de outubro de 2018 e também pode abrigar delatores.
Mas, por questão de segurança, não informam a quantidade de presos nem a facção ao qual pertencem.
Visita
Na tentativa de acalmar os ânimos com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o Ministério da Justiça e da Segurança Pública abriu as portas da Penitenciária Federal em Brasília para a imprensa na manhã desta quarta-feira (27/3).
A penitenciária tem vaga para 208 presos, um em cada cela. Além desses espaços, há 12 celas de RDD. Uma delas abriga Marcola.
[FOTO1358402]
[FOTO1358402]
Diretor do sistema Penitenciário Federal, Marcelo Stona reforçou que não há risco da presença de Marcola e outros presos de facções criminosas no DF. Isso porque, segundo ele, não há qualquer tipo de contato físico entre os visitantes e os presos.
[SAIBAMAIS]Inclusive a visita de advogados ocorre via parlatório e não há visita íntima. Além disso, Stona frisou que todas as conversas são gravadas. Ele também alegou ser um mito pensar na mudança de familiares e parentes de presos ao DF.
;Essa hipótese não se sustenta. Inclusive há presos do Rio Grande do Sul custodiados em Rondônia. Nestes casos, os familiares vão até a Defensoria Pública e pedem que o contato seja feito por uma videoconferência que também é monitorada;, explicou.
As visitas ocorrem semanalmente e têm duração de três horas. ;Boa parte da preocupação de algumas autoridades se mostra pelo efetivo desconhecimento das regras que o sistema penitenciário atua;, alegou. ;Nao há motivo para preocupação, porque não existe contato físico, as visitas são 100% monitoradas e nunca entrou nenhum celular durante os 13 anos de funcionamento do sistema;, acrescentou.
Stona também frisou que há uma rede de contato de inteligência com as forças policiais locais, o que minimiza qualquer possível articulação de criminosos em liberdade para resgate de presos na Penitenciária Federal em Brasília ou possíveis ações de ataques na cidade, como queima de ônibus.
Banho de sol
Quem não está em RDD tem direito a duas horas por dia de banho de sol. A inteligência da penitenciária faz uma separação dos presos que podem ou não ficar juntos. É o único momento do dia que eles têm contato físico e visual, mas o limite é de 13 pessoas.
Agentes monitoram os presos em quatro torres de segurança com spiners posicionados. Embora haja o limite de 13 presos em banho de sol, os servidores só permitem a comunicação até em três presos.
Esse é o único momento do dia que os presos saem da cela. Também têm a permissão de estudar e assistir aulas dentro do sistema.
Penitenciária Federal em Brasília
A penitenciária inaugurada em outubro de 2018 tem quatro blocos. Em cada um deles, há quatro corredores com 13 celas. O objetivo é que cada preso fique recluso sozinho