O suspeito foi detido, assinou um termo circunstanciado de comprometimento de comparecimento na audiência judicial. Depois, saiu pela porta da frente da 6; Delegacia de Polícia (Paranoá). A cadela também estava na unidade e gritava a cada tentativa de alguém de tentar chegar perto dela.
Foi com jeitinho que a defensora Ana Paula conquistou a confiança de Veruska. Mesmo amedrontada, a cadela se aproximou e ficou com a advogada, que também participa da ONG Projeto Adoção São Francisco. Após assinar um termo de compromisso de cuidadora do animal, o destino da cadelinha foi o Hospital Veterinário Antônio Clemenceau ; que tem parceria com a advogada.
"Ela foi o caminho inteiro dormindo no meu colo. Nosso medo era que algum órgão dela tivesse se rompido, pois a Veruska apresentava sangramento. Fizemos um ultrassom, raio x, hemograma e outros exames laboratoriais. Felizmente, não teve comprometimento", conta Ana Paula Vasconcelos.
Por causa da situação, a cadela precisou ser internada no hospital e ainda não tem previsão de alta. Veruska está tomando remédios fortes para inibir a dor e antibióticos para tratar de doenças. "Após os cuidados, percebemos uma mudança notória nela. A Veruska já permite toques e carícias, se mostrando um animal extremamente dócil", garante.
Pronta para adoção
Veruska apresenta comportamentos típicos de um filhote, como agitação e energia para brincar. Veterinários acreditam que ela tenha entre três e quatro meses de vida. Agora, o objetivo da defensora de animais é encontrar um lar apropriado para ela, onde ela possa recomeçar a vida ao lado de pessoas que tenham muito amor para dar.
"Quem tiver interesse em adotá-la, pode entrar em contato comigo. O melhor que podemos fazer para um animal que é vítima de maus-tratos como a Veruska é dar um lar especial, onde ela se sinta completamente acolhida. É o mínimo que podemos fazer, pois neste caso, acho que não vamos conseguir o resultado esperado na Justiça, porque o autor é morador de rua e não tem endereço fixo para ser encontrado", destaca Ana Paula.
A advogada garante que realizará uma campanha para bancar a castração de Veruska. O procedimento cirúrgico só poderá ser realizado depois de avaliação e liberação do veterinário. "Antes de entregá-la, eu farei uma avaliação na casa da família, dou orientações e vejo tudo para que a Veruska tenha o melhor lar. Porém, mesmo depois de entregá-la, o novo dono tem sempre que me dar noticias do animal. Se eu ver que o bicho não recebe o tratamento adequado, eu o tomo de volta. Não se pode ser negligente", frisa.
Os interessados em adotar a pequena podem entrar em contato com a defensora de animais pelo telefone (061) 98215-4751.