Batizada informalmente por românticos como a Flor do Cerrado, a Torre de TV Digital, em Sobradinho, sempre funcionou de forma capenga. Nunca teve o tão propagado restaurante panorâmico. Depois de pronto, o Corpo de Bombeiros vetou o estabelecimento sob a alegação que a estrutura não suportava o peso do mobiliário. No máximo, poderia abrigar uma pequena cafeteria, o que também nunca saiu do papel.
Também desativado por cinco anos, o Espaço Cultural Renato Russo foi reaberto em 30 de junho, com novas atrações, como um cineteatro, uma sala de multiuso e o Teatro Galpão. O local também se adaptou para receber turistas, principalmente os gringos. Nos balcões, há informativos com a programação cultural do mês.
Além disso, a mediadora cultural do espaço, Letícia Braga, fornece informações e faz visitas guiadas. Fluente em espanhol, francês e catalão, ela vê a atividade como algo indispensável. ;Como é um lugar acessível, geralmente aparece turista o tempo todo. O local tem mais relevância ainda por levar o nome do Renato Russo;, disse ela, que é estudante de história da arte na Universidade de Brasília (UnB).
Beira-lago
À beira do Lago Paranoá, com mais de 134 mil metros quadrados e orla de 1,2 km, o Pontão do Lago Sul é parada admirada por brasilienses e atrativo para turistas nacionais e internacionais. Administrado pela iniciativa privada, o local oferece opções de lazer e gastronomia, além de sediar grandes eventos, como festas de ano-novo. Por mês, recebe cerca de 310 mil pessoas.
Como forma de atrair e melhorar a qualidade de recepção aos turistas estrangeiros, a equipe gestora tem investido em logística. ;Distribuímos panfletos bilíngues para os visitantes e estamos colocando placas de sinalização em inglês, espanhol e português. Outra coisa que pretendemos melhorar é a mobilidade. Infelizmente, os ônibus turísticos não passam por aqui. Com isso, incentivaremos o turismo;, acredita a diretora-geral do Pontão, Sandra Campos.
O Pontão tem seis restaurantes com diversos tipos de culinária, como comida japonesa, frutos do mar e carnes. De olho em quem vem de fora, um restaurante italiano contemporâneo do local contratou funcionários bilíngues e oferece cardápio em outros idiomas. ;Temos três garçons que falam inglês e espanhol. Recebemos muitos turistas internacionais e essa é uma das formas que vimos para atraí-los;, ressaltou a gestora do estabelecimento, Cássia Telles.
Dos cinco CATs, só um funciona
A capital tem cinco Centros de Atendimento ao Turista (CAT). Eles ficam nas asas Sul e Norte, no aeroporto, na Torre de TV Digital e na Casa de Chá (Praça dos Três Poderes). Mas só este último está em funcionamento. Aberto todos os dias, das 8h às 18h, oferece folhetos (em espanhol e inglês) e informações sobre pontos turísticos e restaurantes. Uma equipe fica de prontidão para tirar dúvidas. O CAT da Asa Norte chegou a ser usado como ponto de táxi, mas a gestão atual o recuperou. O do aeroporto está abandonado há quatro anos.
Segundo a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça, a ideia é de que até o aniversário de Brasília, em 21 de abril, outros três CATs sejam reinaugurados. ;Os centros foram abandonados na gestão passada. Firmamos uma parceria com o Banco de Brasília (BRB) para nos apoiar na reforma e manutenção. Trabalharemos para qualificar melhor os servidores. Tudo para proporcionar um melhor atendimento aos turistas;, afirmou.
Além de servir como apoio aos turistas, a proposta é ampliar os serviços dos CATs. ;Pretendemos investir em ações de comercialização. Os artistas daqui poderão expor as próprias obras e, de certa forma, contribuir para a arte brasiliense;, comentou Vanessa Mendonça.
Outra iniciativa prevista pela Setur é um clube de vantagens para o turista. O projeto visa a oferecer descontos em restaurantes, hotéis e atrações de entretenimento. ;Selecionaremos uma programação de eventos culturais e esportivos que o visitante poderá consultar em um aplicativo ou pelo nosso site. Lá, ele verá qual a rede aceita o desconto de vantagem;, explicou a secretária de Turismo.
Perfil do turista
No ano passado, a Secretaria de Turismo entrevistou 5 mil turistas adultos que estiveram em Brasília. Confira alguns resultados:
; 3,6% eram estrangeiros. Sendo que 60,6% vieram à capital pela primeira vez. Os três países de origem da maior parte desses turistas: Argentina, Colômbia e Estados Unidos.
; A maioria era homens, entre 25 e 34 anos, com nível superior completo e renda média individual entre R$ 955 e R$ 2.862.
; A maioria viajou só, a trabalho ou a negócios, e usou aplicativos de transporte individual para se locomover.
; A maior parte ficou hospedada em hotéis, gastando uma média de R$ 353,99 por diária.
; Os estrangeiros passam, em média, nove dias na cidade.
; Dos estrangeiros, 80,6% recomendaria Brasília para amigos e familiares
Fonte: Observatório do Turismo do Distrito Federal
Fonte: Observatório do Turismo do Distrito Federal
*Estagiária sob supervisão de Renato Alves