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Cidades

Homem tortura, estupra e mantém menina de 14 anos em cárcere privado

Vítima conheceu o suspeito pela internet, em setembro. Durante o encontro, foi mantida por quase 12 horas na casa do jovem, que acabou preso em flagrante

Uma adolescente de 14 anos foi mantida em cárcere privado por cerca de 12 horas. Durante o período, foi espancada, abusada sexualmente e torturada ao ter o rosto queimado com cigarros. O suspeito é um homem de 22 anos, que teria filmado as barbáries. O caso aconteceu na quarta-feira (13/3), em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. A vítima procurou a Polícia Militar após conseguir sair da casa do acusado, já na madrugada de quinta-feira (14). Ele foi preso em flagrante na Delegacia de Luziânia.
Segundo o cabo Márcio Augusto Sales, da Polícia Militar de Goiás (PMGO), a equipe dele estava na delegacia repassando outro crime. Ele foi parado pela menina, que pediu por ajuda. "A adolescente nos relatou que foi a um encontro com o homem e que, na casa dele, passou pelas violências. Ela disse que na consumação do crime (de estupro), o homem a agrediu com chutes e pontapés. Ela chegou a ser enforcada e queimada com guimbas de cigarro", detalha o militar.
A vítima conta que conheceu o suspeito em setembro do ano passado, pelo Facebook. O homem a adicionou na rede social e puxou assunto pelo bate-papo. "Começamos a nos falar e ele chegou a me pedir em namoro, no entanto, neguei. Depois disso, fiquei evitando ele. Eu só aceitei encontrá-lo (no dia do crime), porque achei que ele havia mudado", relata.
A adolescente saiu da escola e seguiu para a residência do homem, por volta do meio-dia de quarta-feira (13). "Cheguei lá e estava tudo bem. Ele deu uma saída rápida e, ao retornar, estava agressivo. Foi quando tudo começou. Ele me obrigou a manter relações sexuais. Em meio a tudo aquilo, ele disse que eu não sairia viva dali, porque o objetivo dele era me matar", relembra a menina.
Conforme o depoimento da vítima, o acusado só a deixou ir embora porque havia filmado os estupros e agressões. O homem a ameaçou, dizendo que, se ela contasse para alguém o que tinha passado, divulgaria as imagens pelas redes sociais. Assustada, a adolescente decidiu pedir ajuda aos militares, dando as características do suspeito.
Os policiais prenderam o jovem na casa dele. O celular dele foi encontrado, mas os vídeos dos crimes não foram encontrados. O aparelho deve passar por análise da perícia. Na unidade policial, o acusado negou ter agredido e estuprado a menina. Entretanto, afirmou que havia feito as queimaduras. O homem alegou que namorava com a vítima e que tinha "perdido a cabeça" ao saber de uma traição. A adolescente desmentiu a versão.
O suspeito foi encaminhado à delegacia para registro do flagrante. Ele usava uma bolsa de colostomia, por ter sido vítima de tentativa de homicídio, de acordo com o cabo Augusto. "Dias atrás, um rival tentou matá-lo e acertou um tiro nele. Por isso está utilizando a bolsa", disse. O homem disse que foi atingido acidentalmente, indicando que uma segunda pessoa era o alvo do atirador.
O jovem acabou autuado pelos crimes de cárcere privado, estupro de vulnerável e lesão corporal no âmbito da Lei Maria da Penha ; uma vez que ele conhecia a vítima. O acusado tem duas passagens por estupro e uma por receptação.