Desde março do ano passado, o arcebispo de Uberaba (MG), dom Paulo Mendes Peixoto, estava como administrador apostólico da Diocese de Formosa e se revezava para estar na cidade goiana e no município mineiro. Ele assumiu o cargo após a prisão de dom José, acusado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) de chefiar esquema que desviava verbas arrecadadas de casamentos, batizados e outros eventos promovidos pelas 33 paróquias vinculadas à Cúria da região.
Em uma postagem do Facebook, dom Adair comentou a nomeação. "Agradeço a Deus por esse momento em minha vida. Minha imorredoura gratidão ao clero, religiosos e consagrados, seminaristas e ao Povo de Deus da Diocese de Rubiataba pela abençoada convivência e colaboração nestes 11 anos de pastoreiro", destacou.
Renúncia
Em 12 de setembro do ano passado, o bispo dom José Ronaldo Ribeiro, acusado de ser mentor do esquema, renunciou ao cargo. A Nunciatura Apostólica no Brasil comunicou a decisão, acatada pelo papa Francisco. Em 9 de setembro, a defesa de dom José solicitou ao juiz permissão para ele se mudar para Brasília, já que o TJGO havia decidido que o bispo não poderia sair da comarca de Formosa. A Justiça concedeu o pedido, e o réu se mudou para Sobradinho, onde residem familiares dele.
Mesmo com a renúncia, dom José permanece como bispo emérito. A Diocese de Formosa informou que a renúncia foi apenas do ofício de bispo e que ele ainda mantém o vínculo com a Igreja.
Operação Caifás
Deflagrada em 19 de março, a Operação Caifás, a cargo do Ministério Público do Estado de Goiás, investiga 11 pessoas por desvios de mais de R$ 2 milhões dos cofres da Igreja Católica. A suspeita é a de que eles tenham adquirido propriedades, veículos e joias com dinheiro pago pelos fiéis em casamentos, batizados e eventos promovidos pelas paróquias e cujos preços foram reajustados.
Assim que a operação foi deflagrada, nove dos acusados permaneceram presos por quase 30 dias, mas, na terceira tentativa, conseguiram habeas corpus impetrado no TJGO. Eles respondem por apropriação indébita, associação criminosa e alguns por lavagem de dinheiro.
Além do bispo, são acusados: Thiago Wenseslau, juiz eclesiástico; Waldson José de Melo, pároco da Paróquia Sagrada Família, em Posse; Guilherme Frederico Magallhães, secretário da Cúria de Formosa; Darcivan da Conceição Serracena, funcionário da Diocese de Formosa; Edmundo da Silva Borges Junior, advogado da Diocese de Formosa; Pedro Henrique Costa Augusto e Antônio Rubens Ferreira, empresários apontados como laranjas do esquema; Mario Vieira de Brito, pároco da Paróquia São José Operário, em Formosa; Moacyr Santana, pároco da Catedral Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Formosa; Epitácio Cardozo Pereira, vigário-geral.