Ingrid Soares
postado em 08/03/2019 21:29
O Dia Internacional da Mulher foi marcado por manifestações no Brasil e no mundo. Mulheres de várias nacionalidades foram às ruas para exigir respeito e providências contra casos de violência, física e psicológica, contra elas, Em Brasília, cerca de 2 mil pessoas se reuniram, com o tema "Pela vida de todas as mulheres, resistiremos". Ao fundo, a fachada do Congresso Nacional ganhou iluminação cor-de-rosa para lembrar a ocasião.
Representante da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Jolúsia Batista, ressaltou que o dia é um lembrete para pautas de resistência, como o direito ao aborto e a reforma da Previdência. A articulação se organizou em dois grupos: o das Aias, vestidas de manto vermelho e touca branca, representando a descriminalização do aborto, e o das Noivas Cadáveres, simbolizando mulheres mortas, vítimas de feminicídio.
"É dia de expressar uma luta organizada. Mas a luta é diária. Somos contra o conservadorismo do governo atual e contra o fundamentalismo cristão. Somos pró- legalização do aborto e contra a reforma como está, pois agrava o cenário, principalmente para as mulheres. Somos contra qualquer tipo de retrocesso".
A marcha foi organizada pelo grupos Fórum de Mulheres do DF e do Entorno; a Marcha Mundial de Mulheres; Articulação de Mulheres Brasileiras/; Circa Brasilina e sindicatos. Uma outra ala cobrou respostas para o assassinato de Marielle Franco e o motorista Anderson e o das Mulheres Negras se posicionou contra o racismo e a reforma da Previdência. Bolsonaro também foi criticado acusado de homofobia, machismo, racismo e misoginia e ainda teve o episódio da postagem do vídeo pornográfico transformado em bordão.
A estudante Caroline Santana, 16 anos, aproveitou o dia de folga para marcar presença no ato. Com o rosto pintado, representando uma das noivas cadáveres, ela bravada: "Elas não estão sozinhas. Vim em apoio à toda mulher vítima de agressões e feminicídio. Isso tem que parar. Os homens têm que se conscientizar de que não somos posse de ninguém. Não é não", disse.
Em um dos cartazes levantados durante toda a marcha, os dizeres "Parem de nos matar". Quem empunhava o protesto era a nutricionista Thayna de Lacerda, 23 anos. "Me identifico com o movimento e também peço justiça por Marielle. É uma data importante. Nossos direitos nunca foram dados, mas conquistados com luta", disse a moradora da Asa Sul.
As deputadas Gleisi Hoffmann (PT) e Arlete Sampaio (PT) também marcaram presença no protesto. Outros grupos se uniram à marcha, pedindo a liberdade do ex-presidente Lula. Às 19h, a marcha que se reuniu em frente ao gramado da Rodoviária desceu para a Rua das Bandeiras, pela S2, e seguiram para a Asa Norte, onde se concentraram na praça dos Prazeres. O trânsito teve de ser bloqueado, com duas faixas interditadas na Esplanada. A polícia acompanhou o ato.