Isa Stacciarini, Mariana Machado
postado em 05/03/2019 18:17
Mais de um ano depois da morte do elefante Babu, laudo pericial mostra que o óbito foi consequência de uma hepatite (inflamação do fígado). O elefante do Zoológico de Brasília tinha apenas 25 anos (animais como ele podem viver mais de 60 anos) e, na época, levantou-se a hipótese de envenenamento.
Os primeiros exames feitos no corpo de Babu, encontrado morto em 7 de janeiro de 2018, apontaram indícios de intoxicação por agentes externos: chumbo, arsênio, mercúrio e elementos cumarínicos (composto químico tóxico ao animal). De acordo com o Zoológico, eles são atípicos à rotina do local e, por isso, a instituição não descartaria ação criminosa.
Mas, após laudo feito por três laboratórios diferentes, equipes de veterinários e estudiosos confirmaram a doença hepática. O documento foi elaborado pela Tecsa (Minas Gerais), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Segundo o resultado, ;a possibilidade de um envenenamento intencional do elefante foi descartada pelos baixos níveis de substâncias exógenas detectados no exame toxicológico e pela ausência de sinais clínicos, macroscópica e microscopicamente compatíveis com a intoxicação;.
O laudo ainda demonstrou que o comprometimento no fígado do elefante devido a inflamação e alteração do funcionamento provocou ;dor visceral e prostração;. O documento ainda reforçou que ;o quadro em geral de convalescência, caracterizado por uma hepatite neutrofílica, causou um comprometimento sistêmico, levando o animal ao óbito;.
Em nota, o Zoológico disse que em razão de a análise preliminar de exames ter indicado a presença de composto químico tóxico no corpo do animal, a equipe abriu um procedimento de investigação junto à Delegacia de Meio Ambiente (Dema), ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e ao Ministério Público sobre a possibilidade de um envenenamento.
;Após a juntada de todos os exames, a equipe de veterinários do Zoológico afastou esta possibilidade e apresentou o relatório divulgado hoje (terça-feira) que também foi encaminhado para os órgãos responsáveis pela investigação", informou.
O Zoo também alegou que não há indícios de que a hepatite tenha sido ocasionada por esses elementos devido à baixa concentração. Também ressaltou não existir riscos para outros animais e visitantes. ;No entanto, nesse momento, apenas podemos informar que o laudo definitivo deverá ser emitido assim que o processo de investigação for concluído por esses órgãos.;