Conhecido pelos recados críticos à classe política, o tema do Pacotão costuma ser contrarário a alguma figura pública dos três poderes. A escolha da marchinha vencedora de 2019, a favor do "Lula Livre" e de autoria do compositor Dudu Mariano, provocou polêmica até entre os organizadores.
O cordão deixou o ponto por volta das 15h no sentido do Hospital Sarah Kubitschek. O encerramento está previsto para às 19h, na 504 Sul. As cores deram o tom da festa, que reúne de crianças a idosos. A Polícia Militar contabilizou 500 pessoas até o momento. A estimativa a organização do evento é que 20 mil foliões aproveitem a festa.
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Sem deixar a costumeira pegada política de lado, o bloco deste ano defende "Lula Livre". Aproveitando a temática, dezenas de participantes se fantasiaram com máscaras estampando o rosto do ex-presidente da República, preso desde abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Adesivos com frases como "Fora, Bolsonaro" também foram escolhidos pelos foliões.
A banda do bloco está responsável pelas marchinhas. Quem faz questão de participar todos os anos do Pacotão é o artista plástico Giovani Araújo, 74 anos. "É uma alegria. Brasília está criando referência nessa festa popular importante que é o carnaval", comenta, com um sorriso no rosto. O folião é morador da Asa Sul e escolheu se fantasiar de palhaço.
Vestida de Mulher-Maravilha, a servidora pública Paloma Pimentel, 26, aproveitou o bloco para se despedir da folia deste ano em grande estilo. "Caí na festa todos os dias. Amo o carnaval e já estou ansiosa para o do próximo ano", diz a moradora do Cruzeiro.
Irreverência
O segundo lugar no concurso ficou para a música "Soldadinho Trapalhão", do compositor Murilo Sem Grilo, e faz referência ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). As músicas que concorreram neste ano serão reunidas em CD a ser lançado no domingo (10/3). Entre as selecionadas, também não faltaram letras com alusão ao governador Ibaneis Rocha (MDB).
*Colaborou Jéssica Eufrásio