Um levantamento feito pelo site ComparaOnline, que compara preços de seguros e outros produtos financeiros, aponta que, em 60% dos casos, o uso do seguro viagem é necessário para cobrir despesas médicas hospitalares, os outros 40% se distribuem em extravio de bagagem, cancelamento e interrupção de viagem, seguido de traslado médico, repatriação sanitária, repatriação funerária com 2,5% cada.
;O serviço ainda é bastante negligenciado no Brasil. Seja para viagens de curta ou de longa distância, o viajante acaba lembrando dele apenas na hora de usá-lo. A maioria dos países e cidades não disponibiliza assistência médica gratuita a estrangeiros e os gastos podem ser astronômicos, o que seria evitado com a contratação do serviço que teria um valor infinitamente menor;, ressalta Paulo Marchetti, diretor da ComparaOnline.
De acordo com Marchetti, dependendo do destino, o risco de viajar sem seguro aumenta. ;Na Europa, por exemplo, existe o Tratado de Schengen, que permite a livre circulação de pessoas entre países europeus. Os brasileiros também não precisam de visto para entrar nesses países. Entretanto, o turista não assegurado corre o risco de ser deportado sem os custos pagos por acidentes, enfermidades e repatriação;, comenta.
O seguro internacional é indispensável para quem planeja fazer intercâmbio, os preços variam entre os países. Segundo Marchetti, a popularidade da modalidade internacional é maior, mas também existe a nacional. ;Alguns convênios médicos brasileiros não são aceitos em determinadas regiões, por isso, é importante garantir a segurança longe de casa;, indica.
Acidente
Ana Célia Soares de Meireles, 56 anos, e o marido Marcelo Meireles, 64, passaram aperto ao abrirem mão do seguro viagem quando foram passar férias na Itália. Eles, que comemoravam aniversário de casamento, se envolveram em um acidente e tiveram prejuízo com a conta do hospital. ;Nunca havíamos viajado sem seguro antes, mas sempre contratávamos e nunca era usado. Então, optamos por confiar que ia dar tudo certo;, conta a dentista.Logo no terceiro dia de viagem, Marcelo perdeu o controle do veículo, que bateu em outros. ;Foi desesperador, mas, quando chegamos ao hospital, fiquei desesperada, porque me dei conta de que não tínhamos seguro;, recorda Ana Célia. Ao fim da viagem, além das despesas médicas, eles tiveram que arcar com os custos do veículo.
;Hoje, posso ir ao estado aqui do lado, mas vou contratar seguro se meu convênio não cobrir o território. Eu me arrependi muito da vez que não contratei e aconselho todas as pessoas a não viajarem sem um seguro. Imprevistos fogem do nosso controle. A verdade é que contratamos para não usar mesmo, mas, se algo acontece, ficamos aliviados;, diz Ana Célia.
O professor Guilherme Fernandes Neto, da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), destaca a importância de se fazer pesquisas de satisfação, em sites como o do Procon e o Reclame Aqui, para não ser surpreendido negativamente. ;Algumas pessoas acreditam na cobertura do seguro do cartão de crédito e não conferem se o serviço inclui, por exemplo, a segurança das bagagens;, observa o professor.
* Estagiárias sob a supervisão de Renato Alves