A polícia prendeu o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) do Distrito Federal nesta sexta-feira (1;/3). O homem tem 34 anos e controlava bandidos que integram a célula criminosa que tenta se consolidar na capital. Agentes o encontraram em Uberlândia, no triângulo mineiro. Outros seis mandados de prisão foram cumpridos, dois em Samambaia e Ceilândia, dois no Complexo Penitenciário da Papuda e os demais em São Paulo e Mato Grosso do Sul.
O dirigente da facção no DF foi eleito por líderes do PCC, em São Paulo. Ele era o intermediário das decisões oriundas da célula, conforme o delegado Leonardo de Castro, da Coordenação de Combate ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária (CECOR).
"Ele era responsável por supervisionar os faccionados fora da prisão. Havia a distribuição de cargos e controle do tráfico em Brasília. O regimento do PCC também deveria ser cumprido e todas as situações eram repassadas para os líderes de São Paulo", explica Leonardo de Castro.
O criminoso se mudou em dezembro para o Residencial Pequi, bairro novo na região oeste de Uberlândia. Segundo o delegado, a decisão "aconteceu após a última operação da coordenação, em dezembro, quando houve a desarticulação de parte da facção. Ele viu que o cerco se fechava e, para despistar a investigação, saiu da capital. Contudo, não deixava se exercer a função que recebeu."
Os homens que agiam fora da prisão estruturavam o tráfico. Os que estão presos faziam valer as funções e regras da célula dentro da Papuda. "Os detentos participavam de combinações do tribunal do crime, que consiste no julgamento de integrantes que traem a facção. A execução ocorre fora do presídio. Temos um caso na capital, de um rapaz que ficou nove dias em cárcere privado, sob tortura. Enquanto esperavam pela sentença dos líderes, ele conseguiu fugir", afirma.
Documentos foram apreendidos durante o cumprimento dos mandados. Os materiais serão encaminhados à perícia da Polícia Civil para análise. O conteúdo pode auxiliar na identificação de novos envolvidos. "As investigações continuam. A transferência de líderes do PCC para o presídio de Brasília é preocupante para a divisão. Dá integrantes por trás deles, que tentam dar força para a facção se instaurar no DF", salienta. "Mas trata-se de uma questão política acima do nosso alcance. Trabalhamos para evitar que isso ocorra", garante o delegado-chefe da Cecor.
A investigação está sob responsabilidade da Divisão de Repressão a Facções Criminosas (Difac), que é integrada à Cecor. A unidade foi criada após se identificar faccionados no Distrito Federal, com o objetivo de se instalar no coração do país.