Segundo a moradora do Guará 2, a ação foi rápida. "Eu disse que não podia falar no telefone naquele momento, pois estava ocupada. Contudo, o homem disse que seria breve. Que chegaria um código por mensagem no meu celular, e eu só precisava ler para ele. O homem alegou que isso seria para avaliar minha linha. Sem imaginar que fosse um golpe, abri a mensagem", explica Raissa.
Depois de passar o código, o golpista conseguiu acessar o número de celular da vítima. O suspeito mudou o código de segurança da linha, a fim de impedir que Raíssa acessasse a conta de WhatsApp. "Ele começou a falar com os meus contatos, se passando por mim. Pediu empréstimos, falando como se eu estivesse em apuros. Estou arrasada com toda a situação", lamenta a bancária.
No primeiro golpe, o criminoso faturou R$ 1,5 mil de uma amiga da vítima. Apesar de a conta bancária não estar em nome de Raíssa, a colega não desconfiou que poderia ser um golpe. "Ela pensou que o dinheiro era para pagar alguma dívida minha, ou compras no shopping", disse.
Uma segunda pessoa, também do círculo de Raissa, transferiu R$ 2 mil. "Ele usou contas diferentes para cada depósito. Embora não constasse meu nome, ninguém achou que poderia ter algo errado. A ficha de todo mundo caiu quando comecei a publicar a situação nas minhas redes sociais, como Instagram e Facebook", relata Raissa.
Uma amiga da bancária continuou em contato com o golpista, pedindo o código de verificação do WhastApp. "Só devolve o número dela, por favor", pediu a colega. O homem deu o número: "Não se preocupe. Pode mandar ela botar esse (código) ai."
Ao conseguir acesso, Raissa mudou todos o código de verificação e incluiu o e-mail para conseguir entrar na conta. "Mas ele conseguiu todos os meus contatos e, usando outro número e minha foto, continuou se passando por mim. Contudo, ninguém mais caiu", finaliza.
Raissa registrou um boletim de ocorrência na 5; Delegacia de Polícia (Asa Norte), pelo crime de estelionato. Em Sobradinho, um homem de 31 anos também procurou a polícia, vítima do mesmo golpe. Sem acesso ao WhatsApp, a vítima recebeu ligações dos amigos falando sobre a situação. O registro da ocorrência foi realizado na 13; Delegacia de Polícia (Sobradinho 1).
Em nota, a Anatel diz que não faz ligações aos consumidores em hipótese alguma. Segundo a agência, a orientação é que as vítimas registrem B.O, na intenção de dar início à investigação. "Ademais, a agência orienta a todos os consumidores e usuários de serviços de telecomunicações a não fornecer informações pessoais por telefone ou meios digitais a pessoas desconhecidas", finaliza o texto.