Um pequeno colchão foi colocado no espaço entre a parede e a janela da sala. No local, ainda, é possível colocar os equipamentos de trabalho do cão-guia Carson ; a coleira, a guia e o arreio com alça. Durante o expediente de Ernandes, o cachorro dedica o tempo ao descanso, deitado com um osso na boca.
Para receber Carson, os colegas de trabalho de Ernandes participaram de um treinamento. Entre outras coisas, os servidores aprenderam que não se deve alimentar ou acariciar o cão-guia enquanto ele estiver conduzindo uma pessoa, para que o animal não perca a concentração. ;Toda a equipe recebeu o cão-guia muito bem. A gente precisou se preparar para saber como lidar com essa situação, que é nova para nós, mas a presença do cachorro não prejudicou em nada a nossa rotina;, conta Daniela Lucas de Ávila, chefe do setor.
Doação dos EUA
A demanda de Ernandes por um novo cão-guia surgiu em 2016, quando o cachorro que o acompanhava havia 11 anos morreu. Em 2017, ele se inscreveu em um programa de adoção de cães-guia nos Estados Unidos para conseguir um novo animal.
A resposta positiva para a adoção do golden retriever Carson veio em dezembro do ano passado. O animal passou por quase um ano de adestramento, na escola Pilot Dogs de Columbus, nos EUA, visando ao trabalho. Ernandes viajou ao país e dedicou duas semanas ao animal, a fim de avaliar se Carson se adaptaria bem a ele.
Com 1 ano e 3 meses, o cão-guia chegou a Brasília há duas semanas. O processo para se ambientar ao novo espaço foi rápido e logo os colegas de Ernandes perceberam a melhoria na qualidade de vida dele. "Antes de o Carson chegar, um dos nossos colegas descia com o Ernandes no fim do expediente", destaca Daniela.
Ernandes é formado em direito e administração e foi eleito, pela segunda vez, representante dos servidores com deficiência na Comissão Multidisciplinar de Inclusão do TJDFT. Desde 2009, o TJDFT tem um Núcleo de Inclusão, setor responsável por planejar e implementar ações para viabilizar o trabalho de pessoas com deficiência no Tribunal.