Gabriela Tunes*
postado em 14/02/2019 16:10
Uma cerimônia, nesta quinta-feira (14/2), marcou a inauguração do Hospital Sírio-Libanês em Brasília. Com investimentos de R$ 260 milhões, a unidade é a primeira fora do Estado de São Paulo, e prestará atendimentos na área de oncologia, cardiologia, ortopedia, neurologia e emergência. O hospital, localizado na 613 Sul, começa a funcionar administrativamente a partir da segunda-feira (18/2), e o atendimento ao público deve ser iniciado "cerca de 12 dias depois", ou seja, no início de março. Com 144 leitos, dos quais 30 de UTI, a unidade aceitará diversos planos de saúde e deve também fazer parcerias com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Marta Schahin, presidente da Sociedade Beneficente de Senhoras, que fundou o Sírio-Libanês em 1921, descreveu a inauguração como um momento histórico para a instituição. Segundo ela, a vinda para Brasília permitirá que um atendimento de excelência esteja disponível para a população do DF. "Esse é o nosso intuito, trazer esse cuidado e prevenção da saúde e o atendimento humanizado para todos", disse.
O discurso do diretor-geral do Sírio-Libanês, Paulo Chapchap, seguiu a mesma linha. "Eu acho que é um passo importante para cumprir com o compromisso das nossas fundadoras, de oferecer um serviço de qualidade para toda a população brasileira. Ao sairmos de São Paulo, damos um passo importante para atingir outras regiões com a mesma qualidade do nosso atendimento", afirmou.
A direção da unidade em Brasília foi colocada nas mãos de Gustavo Fernandes. Segundo o médico, o grande diferencial do hospital será o cuidado dispensado aos pacientes. "Vamos ter um cuidado muito qualificado. Temos tecnologia e boas instalações, mas o mais importante é o cuidado com o doente", ressaltou.
Parceria com o SUS
O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Francisco Figueiredo, lembrou que o Sírio-Libanês é um dos mais importantes parceiros do SUS e que a inauguração na capital é vista como fundamental para o governo federal. "O Sírio vem de maneira significativa mudando o SUS, com seu pilar de humanizar o atendimento. É um parceiro importante e capaz de ajudar esse país a mudar a realidade da saúde brasileira", destacou.
Em São Paulo, essa parceria ocorre por meio de projetos como o de transplantes e de combate à infecção hospitalar. Em Brasília, segundo Gustavo Fernandes, parcerias certamente ocorrerão, inclusive com a Universidade de Brasília (UnB), mas o formato ainda não foi definido.
Em São Paulo, essa parceria ocorre por meio de projetos como o de transplantes e de combate à infecção hospitalar. Em Brasília, segundo Gustavo Fernandes, parcerias certamente ocorrerão, inclusive com a Universidade de Brasília (UnB), mas o formato ainda não foi definido.
Estiveram presentes na inauguração diversas autoridades, como o vice-governador do DF, Paco Britto; o secretário da Saúde, Osnei Okumoto; o ministro do STF Luís Roberto Barroso, e o presidente da Corte, Dias Toffoli, que lembrou ter sido o Sírio Libanês a primeira instituição a firmar um acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e com o Conselho Federal do Ministério Público. Por meio dessa parceria, o hosptial fornece subsídios técnicos para embasar decisões referentes à saúde.
Tradição de quase um século
A rede Sírio-Libanês foi fundada em 1921, pela Sociedade Beneficente de Senhoras, um grupo de amigas da colônia sírio-libanesa que tinha o sonho de construir o Hospital. Quando praticamente pronto, em 1937, ele teve de ser adiado para a construção da escola preparatória de cadetes de São Paulo, e então foi retomado em 1959, tendo sua inauguração oficial em 1965. Até hoje existe a Sociedade de Senhoras, a qual é formada por 14 sucessoras das originais, que buscam aplicar valores no dia a dia da instituição.