Jornal Correio Braziliense

Cidades

Homem que tentou invadir escola na Asa Norte é ex-policial civil

Ele foi expulso da corporação em 2001 por uso indevido de arma policial e improbidade administrativa. Ele já foi condenado por ato obsceno e, em 2009, manteve a ex-namorada e a filha dela reféns

O acusado de tentar invadir a escola Pedacinho do Céu, na Asa Norte, é ex-policial civil e foi expulso da corporação em 2001. Ele responde por diversos processos no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) como estupro, fazer a ex-namorada e a filha dele reféns, lesão corporal e ultraje público ao pudor.

Dessas acusações, o ex-policial foi condenado por ato obsceno. Em 2015, segundo testemunhas, ele chegou em um ponto de ônibus na Estrutural e abordou duas adolescentes, uma de 15 e outra de 11 anos. No local, ele começou a falar de sua vida íntima e, em seguida, abaixou as calças e perguntou para as vítimas: "viu como é grosso?". Em sentença proferida no dia 24 de outubro do ano passado, a juíza Bianca Fernandes condenou o ex-policial a cinco meses de prisão e multa.

Em outro processo, o ex-policial é acusado de ter cometido estupro de vulnerável. Na última atualização do processo, o juiz Fábio Francisco Esteves, da Vara Criminal do Núcleo Bandeirante, disse haver dúvidas "acerca da capacidade de entendimento e de autodeterminação do acusado no tempo do crime", e aventou a possibilidade de o réu sofrer de "insanidade mental". A decisão foi tomada no dia 18 de dezembro do ano passado.

No caso mais recente, em que tentou invadir a escola infantil na Asa Norte, os pais denunciam que o ex-policial tentou acessar a escola e que teria se exaltado no momento em que foi impedido pelo porteiro do colégio. Segundo a ocorrência, além de tentar invadir a escola duas vezes, o suspeito teria ameaçado quebrar os vidros do prédio e abordado um funcionário do colégio e uma criança de 5 anos acompanhada da mãe.

O delegado chefe da 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte), Laercio Rossetto, ressalta que a unidade está mobilizada nessa ocorrência. "Esse caso virou prioridade. As investigações estão em curso e há suspeita de que existem outras ocorrências vinculadas a esse suspeito", ressalta.

Expulsão da PCDF

Ele entrou para a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) em 1996 e foi expulso em novembro de 2001. À época ele respondia a processos por uso indevido de arma policial e improbidade administrativa.

Em 2009, ele manteve a ex-namorada e a filha dela refém por mais de oito horas no Guará. A Polícia Militar do DF (PMDF) chegou a negociar com ele, que pediu o deposito de R$ 1 milhão, que deveria ser feito em sua conta bancária pelo apresentador de TV Silvio Santos.

As vítimas só conseguiram se livrar do ex-policial quando um atirador da PMDF deu um disparo no braço dele. Logo após o tiro, outa equipe da polícia invadiu a casa com bombas para distrair o agressor e liberar as vítimas.

Um policial civil, à época do crime, confirmou ao Correio que o ex-policial estava tomando muitos remédios e que era notável a alteração de comportamento dele durante a negociação.
Colaborou Walder Galvão