A Polícia Civil do DF enviou um grupo coordenado pelo perito médico-legista Samuel Ferreira e composto, ainda, pelo perito médico-legista Malthus Galvão, pela perita criminal Heloisa Costa e pela papiloscopista Jurema de Morais. Os quatro têm experiência na identificação de vítimas de desastres de grandes proporções.
Os especialistas estão em Brumadinho desde 28 de janeiro e não têm data para retornar a Brasília. "É um momento de tragédia e grande comoção. Apesar disso, o nosso trabalho, com toda a equipe da perícia de Minas Gerais, tem sido gratificante. De certo modo, com a identificação dessas vítimas, conseguimos devolver a memória dessas pessoas que partiram para a família. É o mínimo que podemos fazer", disse, ao Correio, Ferreira, que é diretor do Instituto de Pesquisa de DNA Forense.
O diretor também frisa o trabalho minucioso realizado pela equipe de Minas Gerais: "O trabalho está sendo excelente. Tanto na parte de gestão como na parte técnica-científica, responsável pelas perícias e identificação como a medicina legal, a antropologia forense, a odontologia legal, a genética forense e a papiloscopia."
Para o perito Malthus o serviço intenso tem um valor humanitário. "É muito gratificante representar a PCDF nesta missão, para que, em parceria com nossos nobres colegas mineiros, possamos aliviar o sofrimento das famílias", pondera.
A equipe enviada a Brumadinho já ajudou na identificação das vítimas de desastres tanto no Brasil quanto no exterior. O trabalho do grupo ocorreu, por exemplo, após a tragédia da Região Serrana do Rio de Janeiro, em 2011, que deixou mais de 900 mortos, e na identificação das vítimas do voo 1907, na Amazônia, em 2006, que matou 154 pessoas. No exterior, atuou após o incêndio no supermercado Ycuá Bolaños, em Assunção (Paraguai), em 2004, que deixou 374 mortos.
18 bombeiros e quatro cães
Em outra frente de ação ; a busca por corpos ou, quem sabe, sobreviventes ; uma equipe com 18 militares e quatro cães do Corpo de Bombeiros também passa a atuar na área da tragédia. O comboio para Brumadinho partiu na manhã desta quarta-feira (6/2).
De acordo com a comunicação do Corpo de Bombeiros, todos os militares são especializados em busca e resgate em estruturas colapsadas. Cinco viaturas de busca e salvamento também foram encaminhadas para o local. A previsão é que a missão dure 15 dias, mas a equipe está à disposição da corporação mineira para estender a operação pelo tempo necessário.