O crime aconteceu por volta das 4h, logo depois que as adolescentes chegaram do bar da mãe de uma delas, a 700m de casa. A mulher trabalhava no sábado e, para não deixar a filha e a sobrinha sozinhas na residência, levou as duas para o comércio. Minutos antes de fechar, ela pediu que uma amiga deixasse as garotas em casa, de carro (leia Depoimento). O acusado bebia no local e, por morar na mesma rua e ser conhecido da família, pediu carona.
[SAIBAMAIS]No endereço, as meninas desceram e entraram em casa. O jovem também desembarcou e seguiu para a casa dele, a pé. Mas, ao notar que elas estavam sozinhas, ele voltou, arrombou o portão, invadiu o imóvel com uma faca e ainda pegou um garfo na cozinha. ;Ele entrou no quarto onde a gente estava e disse: ;Bora, tira a roupa;. Enquanto estava com uma, ameaçava a outra com a faca no pescoço. Antes de sair, disse que, se ouvisse qualquer barulho, voltaria para nos matar;, contou a vítima de 15 anos.
Antes de fugir, o suspeito levou o celular da mais velha. Com o telefone da prima, porém, elas conseguiram avisar a mãe, dona do bar. Ela voltou correndo para casa. Quando soube do crime, a mulher e o marido, de 45 anos, acionaram a polícia. ;Ele é vizinho da gente. Nunca esperávamos uma coisa dessa. Na rua, todo mundo ficou revoltado. Queriam entrar na casa dos pais, onde ele estava, e linchá-lo, mas eu não deixei. Disse que tínhamos chamado a polícia;, explicou o pedreiro, padrasto da menina de 13.
Faca e garfo
Uma equipe do 2; Batalhão da PM Rural atenderam a ocorrência. O soldado Welington Filho contou que o suspeito confessou estar drogado no momento do crime. ;Ele disse que passou a noite cheirando cocaína e falou que, antes de invadir a casa onde as meninas estavam, consumiu a última porção;, contou. O militar explicou que, segundo relato das vítimas e do acusado, houve o estupro. ;Ele constrangeu as meninas armado com uma faca e um garfo;, explicou.
Ao chegar à 6; Delegacia de Polícia (Paranoá), agentes conduziram as vítimas até o Instituto de Medicina Legal (IML) para exame de corpo delito. Ontem à tarde, elas foram encaminhadas para uma unidade de saúde a fim de tomar coquetel anti-HIV e pílula do dia seguinte. Delegada-chefe da unidade, Jane Klebia autuou o homem por duplo estupro de vulnerável, cuja pena varia de 5 a 15 anos de prisão, além de roubo e violação de domicílio. ;Em depoimento, ele confessou o crime, mas justificou ao dizer que estava sob efeito de cocaína;, ressaltou.
Depoimento
;Eu fui deixar as meninas em casa e, por ele morar perto, também pediu que eu o levasse. Quando chegamos, elas desceram, entraram na casa e trancaram o portão. Eu virei para ele (acusado) e disse: ;Você não vai descer?;. Aí, ele se tocou, saiu e foi andando para a residência dele. No caminho, eu fiquei conversando mais com elas. Ele veio quieto, calado o percurso todo. Para mim, se ele não estivesse drogado, estava, pelo menos, embriagado. A gente sabe quem ele é, quem é a família. Nunca esperávamos uma coisa dessas. Estou chocada;
Amiga da família das vítimas, 32 anos
* Os nomes dos envolvidos não são mencionados em respeito ao Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA)