O projeto Inglês na Estrutural tem inspiração em ações semelhantes em São Paulo, o estado natal de Luciana. A Organização Não Governamental (ONG) Cidadão Pró-mundo oferece o ensino da nova língua para jovens e adultos de comunidades carentes, com uma organização que chamou a atenção da paulista moradora de Brasília. ;Eles têm um sistema bem-sucedido, trabalhando com uma equipe de professores voluntários que se revezam, então achei muito interessante;, conta.
O projeto começou em 2014, quando voluntários passaram a se organizar em diferentes áreas, desde professores até os que não sabiam nada da outra língua. Ao todo, quatro modalidades de serviços foram criadas e nomeadas: VolunTeacher, VolunTeam, Quiet Time e Voluntário Especialista. Enquanto a primeira é formada por professores, as outras se dividem entre ajudantes que auxiliam desde os processos administrativos, como organização de matrículas e financeiro, até os que cuidam da comunicação ou das atividades de meditação e respiração com os estudantes, nos intervalos.
Mudança de vida
Alisson mostra com orgulho o livro de inglês, conversa na nova língua e até ajuda o irmão, Micael Pereira, 12, que também entrou no projeto. Mas, há dois anos, antes de se matricular nas aulas, as coisas eram um pouco diferentes. A mãe dele conta que o jovem tinha muita dificuldade na escola em algumas matérias, e não conseguia encontrar muita motivação para estudar mais, mas isso mudou depois da participação no curso.
As aulas ocorrem semanalmente, das 9h às 12h, com intervalos para descanso e lanche. E esse acolhimento dos voluntários, que se preocupam com tudo aquilo que vai além da sala de aula, é essencial para Alisson. ;Eu acho muito legal, porque várias pessoas carentes são ajudadas. Eu já aprendi muita coisa e sei que isso vai me ajudar muito, porque quero ser professor e dar aula de inglês e de libras;, planeja.
Permissão para sonhar
O conteúdo passado nas salas de aula do Centro de Ensino 1 da Estrutural vai além de conhecimentos para passar em provas. É nisso que acredita Gabriela Reis, 32, voluntária do projeto há três anos. ;Eu era moradora da cidade, sabia inglês e gostaria de fazer algo com as crianças que não tinham acesso a esse estudo, então me voluntariei. É uma experiência incrível, porque sempre têm histórias dos alunos que marcam a gente;, conta.
;Uma garota, por exemplo, uma vez me perguntou qual era meu sonho, e eu respondi aquele clichê, disse que queria ser rica. Aí, eu perguntei qual era o dela e ela me respondeu: ;Ser voluntária aqui, que nem você;. Aquilo me emocionou muito;, completa.
Outra participante do projeto já começa a pensar na importância do curso para quem deseja crescer. Lucélia Tainá, 16, conheceu as atividades pelo irmão, que também era voluntário, e hoje conta que já aprendeu muito e se sente capaz de ir além. ;É uma ajuda ótima para quem não tem condições para pagar um curso. E, para mim, aprender inglês pode me ajudar a conhecer o mundo, criar oportunidades nas minhas metas de carreira e abrir novas portas;, deseja.
Anote: inglês na Estrutural
> O projeto recebe, até 19 de janeiro, inscrições para interessados em trabalho voluntário.
> Não é necessário saber inglês, já que existem áreas de atuação administrativa
Inscrições: www.facebook.com/inglesnaestrutural
Informações: inglesnaestrutural@gmail.com