O garoto era um dos líderes da gangue "17 do mal", que se instalou na QNO 17 do Setor O, em Ceilândia. A 24; Delegacia de Polícia, do Setor O, descobriu que haveria uma briga entre gangues, na QNO 18, e enviou policiais, na tarde desta quarta-feira. No local, encontraram o adolescente, que era procurado desde dezembro de 2018, quando recebeu o benefício de saída do Sistema Socioeducativo durante o Natal e não retornou. O menino levava um trouxa com maconha e foi encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente 2, em Taguatinga.
"É a segunda vez que nós apreendemos o menor. Na primeira ocasião, ele foi pego depois de ter fugido do Socieducativo, em maio de 2018, época em que matou a Maria Eduarda. Realizamos a apreensão dele à época. Agora, ele foi encontrado novamente depois de ter recebido a permissão do estado de sair do sistema e não retornar quando deveria", conta o delegado responsável pelas investigações, Ricardo Viana.
O adolescente tem nove passagens por atos infracionais análogos ao roubo, um por porte de arma e outro por tráfico.
Gangues
Os disparos que atingiram Maria Eduarda e deixaram ferido um irmão dela, de 19 anos, saíram de um Voyage preto. A investigação da PCDF indica que os tiros envolviam uma disputa entre duas gangues de moradores da QNO 17 e QNO 18, em Ceilândia.
A criança buscava milho de pipoca para a tia quando recebeu tiros nas costas e nuca. Outro disparo atingiu um irmão de Maria na perna. Os dois foram levados ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC). O alvo da gangue era um dos irmãos de Maria Eduarda, que não estava na casa no momento.
A briga dos dois grupos tem, ao menos, 10 anos. O delegado Ricardo Viana explica que, no início, pontos de venda de drogas motivaram o conflito, mas, hoje, até o endereço residencial pode resultar em morte. "Se nós questionamos um membro da gangue da 17, ele diz que se o cara mora na 18, ele tem que morrer. A coisa mais pífia possível", explica.
A mesma disputa por território matou o jogador de futebol amador Cristian Henrique Nogueira de Lima, 17 anos, em um parada de ônibus da QNO 17, quando esperava pelo transporte público ao lado da irmã de 12. O crime ocorreu em 20 de maio, um dia antes da morte de Maria Eduarda.