Alan Rios, Luiz Calcagno
postado em 04/01/2019 06:00
O Natal passou, o ano virou e os produtos que ficaram nas prateleiras foram colocados em promoção para manter as vendas altas em janeiro. Com uma busca acurada, representantes de entidades do comércio e do varejo dizem que o brasiliense pode encontrar descontos de até 80%. A expectativa é de um aumento de 3% a 4% no faturamento das lojas, em relação ao primeiro mês de 2018. Além dos descontos, as formas de pagamento também são uma maneira de atrair a clientela.
A quantidade de produtos nas prateleiras em janeiro deste ano é menor que o encalhe de 2018. Isso porque as vendas de Natal cresceram 5% em dezembro último, em relação ao 12; mês de 2017.
Gerente de uma loja de jeans do Conjunto Nacional, Breno Matheus Bezerra Alencar anuncia camisetas de R$ 32,90 por R$ 22,90 e bermudas de R$ 90 por R$ 79,90. ;As vendas de Natal foram melhores que no ano anterior. O estoque para queimar ficou reduzido. Tem muita gente procurando a loja para trocar presente e levando produtos em promoção;, conta.
Com viagem marcada para a Europa, Sara Maciel, 41 anos, e o marido, Walberto Maciel, 56, aproveitaram a queima de estoque. Trocaram roupas de verão que ganharam nas festas de fim do ano por outras de inverno e compraram peças em liquidação em uma loja de departamento. ;Aproveitamos o desconto para levar mais um casaco e uma bota. As peças de inverno são mais caras e o melhor é aproveitar a liquidação. Pagamos R$ 388 em roupas que custariam mais de R$ 780;, relatou Sara.
Mas nem sempre a promoção compensa. Socorro Xavier de Sousa, 55, e o irmão, Marcílio Xavier de Sousa, 57, não ficaram contentes com os preços que viram nas prateleiras de algumas lojas. Eles saíram para comprar uma sandália para Marcílio e um presente de aniversário para um parente. ;Acabamos não levando a sandália. Mas compramos uma bermuda;, comentou a mulher. ;Nessa época, o preço sempre dá uma reduzida, mas ainda encontramos muita coisa cara;, reclamou o homem.
Embora não tivesse produtos encalhados, Thiago Fernandes, proprietário de uma loja de tênis exclusivos no Conic, também colocou os itens em promoção. A intenção é se manter competitivo na temporada. ;Trabalhamos com peças exclusivas. São tiragens menores e todo mês tem coleção nova. Alguns calçados, você só tem seis iguais no país. Mas faço promoções com algumas coleções para acompanhar o mercado;, explica. Os valores, ele prefere negociar segundo a forma de pagamento do cliente, mas, algumas peças de R$ 300 podem ser adquiridas por R$ 200.
Otimismo
O vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio), Edson de Castro, acredita que, em alguns casos, as promoções podem durar até o fim de fevereiro. ;Ou até que o estoque se esgote;, diz. ;Não sobrou muita coisa para liquidar em janeiro. O Natal foi melhor que em 2017. O crescimento foi de 5%. Segmentos como loja de sapato e confecções foram os que mais cresceram. Em 2017, não tivemos venda de celular nem de televisores de última geração. Em 2018, já tivemos;, compara.
Ainda segundo Edson de Castro, o brasiliense pode encontrar produtos com descontos de até 80%. ;Mas esses não serão anunciados na entrada da loja. Tem que perguntar para o vendedor;, recomenda. Sebastião Abritta, vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista) concorda. ;Neste início de ano, teremos muitas liquidações. Os principais produtos vendidos devem ser vestuários, calçados e artigos para o lar;, detalha.
Analista de direito do Instituto de Defesa do Consumidor (Procon), Naiara Saraiva recomenda que o brasiliense fique atento aos anúncios. ;Do jeito que a loja anuncia, está obrigada a fazer. Se disserem que todos os produtos estão com 50% de desconto, tem que ser todos os produtos;, ressalta. ;Em caso de dúvida, o comprador pode tirar foto da vitrine ou guardar o folder publicitário para que a empresa cumpra o que foi anunciado. Além disso, liquidações são cíclicas. Então, o consumo consciente também é muito importante;, completa.
Trocas de Natal
Há lojas onde é preciso apresentar o cupom fiscal. Outras, exigem que a etiqueta do produto seja mantida. A nota fiscal é sempre indispensável. Confira as dicas do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec):; Pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), se o produto estiver em perfeitas condições, não há obrigatoriedade de troca.
; Apesar de não ser obrigatória por lei, se o lojista garantir a troca na hora da compra, o que é comum acontecer, ele deve manter e cumprir com a sua palavra. Mas o consumidor deve ficar atento: como a troca nesses casos é uma decisão facultativa, o vendedor pode limitar a troca a determinados produtos a um período específico.
; Se o produto vier com algum defeito, as regras são diferentes. A empresa é obrigada a reparar o dano. Entretanto, mesmo com defeito, o fornecedor não precisa trocar o produto imediatamente. O prazo de é de até 30 dias.