A mulher de 21 anos estava na residência onde vive com o filho e uma amiga, de 20. Elas estavam realizando uma festa na área externa da casa, no Vale do Amanhecer, em Planaltina. Estavam no local uma mulher de 32 anos, a filha dela, 14, o namorado da mãe do bebê, 16, e outros dois homens, que ainda estão sendo identificados.
Segundo o delegado-adjunto Gustavo Neiva, o grupo estava reunido bebendo e usando maconha e cocaína. "O namorado da mãe ficou com ciúmes dela, porque a jovem conversava com os homens. Ele decidiu ir para o quarto, onde o bebê dormia no carrinho. A mulher intercalava a ida nos dois cômodos. Após cerca de 10 minutos que ela havia saído pela última vez do quarto, escutaram o choro da criança", relata.
Dois vizinhos da mãe ajudaram a levar o bebê para o hospital. Ele deu entrada com lesão no ânus, fratura no braço, além de ferimentos no rosto. Ele está entubado na UTI. A avô materna acompanha a criança, que passará por exames para confirmar o estupro. A Secretaria de Saúde não informou detalhes do estado de saúde do menino e se ele será transferido para outra unidade hospitalar para tratamento.
Investigação
Apesar do relato inicial, o qual indica que o namorado da mulher é suposto autor do crime, a polícia não descarta que a mãe ou outras pessoas tenham participado da barbárie. "A mãe estava completamente fria e foi muito irônica durante o depoimento. Não colaborou direito com a investigação e, por isso, não descartamos a hipótese de que ela possa ter participado", esclarece Gustavo Neiva.
O delegado explicou que a jovem poderá responder por omissão e, se comprovado, ficará presa. "Ainda estamos em apuração, pois o caso é recente. Mas ela sabia o estado do namorado, que estava bêbado, drogado e com raiva dela. Apesar disso, deixou com que ele ficasse sozinho em um cômodo com o bebê. A omissão dela dá causa ao resultado e, portanto, pode responder sim como participante", analisa.
O adolescente e os dois homens que estavam na casa não foram encontrados. Eles são procurados para darem esclarecimentos do caso. Se comprovado a participação do menor de 18 anos, a Delegacia da Criança e do Adolescente ficará responsável pela penalização dele.
"Não descartamos nenhuma hipótese neste caso. Todos podem ter participado, assim como o adolescente pode ter agido sozinho. Ainda, pode ter ocorrido uma tentativa de envenenamento da criança com cocaína, pois ela foi socorrida com sangramento no nariz e na boca", finaliza o delegado Gustavo Neiva.