Faltando dois dias para o Natal, muita gente corria atrás dos presentes para colocar embaixo da árvore. Quem deixou para a última hora enfrentou filas. Os shopping estavam lotados ontem. A data é a que mais movimenta a economia brasileira, seguido do Dia das Mães. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF) estima um crescimento de 12,95% nas vendas de dezembro de 2018, em relação ao ano passado.
Uma pesquisa feita pela entidade com 404 consumidores entre 18 e 60 anos indicou que 66,1% dos entrevistados têm intenção de presentear, contra 17,1% que não querem e 16,8% que ainda não sabem. Os principais motivos para não comprar são as dificuldades financeiras.
A cabeleireira Mirtes Oliveira, 65 anos, saiu de casa ontem e foi a um shopping para garantir lembrancinhas para a família toda. ;O do meu filho foi o mais difícil, mas encontrei uma bermuda. Acho que gastei uns R$ 600 em presentes para a família inteira, principalmente com roupas;, disse.
O brasiliense deve gastar, em média, R$ 389,79, com presentes de Natal, segundo a Fecomércio. Mais da metade dos compradores vai comprar à vista. As irmãs Vera Gouveia, 58, e Marise Gouveia, 62, pagaram a maior parte dos presentes no débito. Para economizar, foram atrás de lojas com promoções e buscaram saber exatamente o que cada um quer ganhar. ;As coisas estão muito caras, então separamos o dinheiro para gastar em cada um. Em vez de comprar besteira, escolhemos coisas úteis;, explicou Vera.
Ainda segundo a Fecomércio, peças de vestuários e acessórios são a preferência (77,3%), seguido de calçados (63%) e cosméticos e perfumaria (35,2%). Contudo, há outras opções para quem quer fugir do comum. O servidor público Claudio Perez, 42, optou por comprar os presentes dos sobrinhos em uma loja de jogos de tabuleiro da Asa Sul.
;É fácil presentear familiares porque eu já os conheço bem e vou direto na loja certa. Os preços de vestuário estão compatíveis com o ano passado, mas achei os jogos um pouco mais caros;, avalia. Soteropolitano, ele vai passar as festas de fim de ano com a família e quer comprar a maior parte dos presentes em Salvador. ;Vou levar daqui só essas coisas mais específicas, até para não ir de mala muito cheia.;
A gerente da loja, Maria Eduarda dos Santos, explica que as vendas têm sido ótimas. ;Alguns produtos esgotaram, nós repusemos e já estão acabando de novo. É um hobby que cresceu neste ano. Antes os jogos eram mais voltados a um público específico, mas agora as pessoas procuram mais;, afirma.
Movimento
Um pouco menos positivista do que a Fecomércio, o Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) estima crescimento de 6% nas vendas. No mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 3%, segundo o presidente da entidade, Edson de Castro. Ele diz que cerca de 700 mil pessoas irão às compras amanhã e terça-feira. ;Os principais shoppings da cidade estão recebendo uma média de 90 mil pessoas por dia. Esse Natal não vai ser de presentinhos. Celulares mais modernos e televisões de última geração estão sendo muito vendidos. Os vendedores estão positivos;, afirma Castro.
A bancária Ana Lúcia Espina, 51, tirou a tarde de sábado para comprar o que faltava, mas reconhece que algumas pessoas ficarão sem presente. ;Não dá para comprar para todo mundo, os valores estão muito altos. É a era do amigo-oculto, em que só um ganha;, riu. ;Até os vendedores comentam que muita gente chega à loja, experimenta e vai embora e é assim mesmo. A gente tem que comprar o que sabe que vai dar conta de pagar;.
Consumidores
Uma pesquisa realizada com 404 brasilienses entre 18 e 60 anos traça a expectativa de vendas para o Natal:
Itens preferidos
; Vestuário e acessórios: 77,3%
; Calçados: 63%
; Cosméticos e perfumaria: 35,2%
Intenção de presentear
; 66,1% dos vão comprar presentes
; 17,1% não têm intenção
; 16,8% ainda não se decidiram
* Pesquisa realizada pela Fecomércio-DF