Aos 84 anos, depois de travar uma luta contra a doença de Alzheimer, Mario Moura Palmeira partiu. Morreu na tarde desta terça-feira (18/12), deitado na cama, em casa, no Jardim Botânico. Antes de fechar os olhos, perguntou por aquela que foi a sua companheira durante 48 anos: ;Cadê a Graça?;, indagou seu Mario a cuidadora. Depois, deu dois suspiros e não acordou mais.
Maria das Graças de Palmeira, 69 anos, cuidou do marido desde a descoberta do diagnóstico, em 2014. Sempre ao lado do companheiro, ela o conduziu até o último estágio da doença. Em setembro, no mês da Conscientização da Doença de Alzheimer, o casal recebeu a reportagem em casa. ;O amor só cresce;, disse ela, na ocasião da matéria.
Nesta terça, Maria das Graças tinha saído para comprar uma cama mais confortável para o marido. Uma das noras de seu Mario, Lucilene Frazão dos Santos, 40, conta que ela ainda chegou a tempo de tentar socorrer o marido. ;Ela (Graça) passou a mão na testa dele. Foi quando ele fechou os olhos;, relembra.
Há três dias Mario estava debilitado. Não queria mais comer. Na tarde desta terça, ele ainda se levantou e foi até a cozinha. ;Pegou um biscoito, a cuidadora deu banho e ele deitou na cama. Ainda perguntou ;cadê a Graça?;. A moça disse que ela já estava chegando. Minha sogra tinha ido comprar uma cama mais baixa, pois tinha medo dele cair;, explica Lucilene.
Para a família, ele pode ter tido um infarto. Mas Lucilene relembra que o Alzheimer estava avançado. ;Domingo ele não me conheceu. Dependia muito do dia. Mas uma pessoa que ele nunca esqueceu foi a minha sogra;, ressalta.
Mario deixa a mulher, quatro filhos e sete netos. Até a noite desta terça, ainda não havia informação de velório e enterro.