Um dos 24 deputados distritais eleitos neste ano, Leandro Grass (Rede) concedeu entrevista nesta terça-feira (18/12) ao programa CB.Poder ; parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília ; e comentou que seu mandato na Câmara Legislativa (CLDF) será um fiscalizador das ações do Executivo e da própria Casa. Segundo ele, dentro do parlamento, objetivo é adotar medidas para controlar os gastos dos deputados.
"A Câmara Legislativa é o parlamento mais caro do Brasil, se fizermos a avaliação do custo proporcional de cada um dos deputados. Também é cara pelas estruturas disponíveis aos parlamentares, como a verba indenizatória, e no sentido da sua estrutura administrativa. Já identificamos sobreposições dentro da Casa, em relação a funções técnicas, que podem ser alteradas. Enquanto em algumas áreas faltam profissionais, outras têm dois ou três. Esses são apenas alguns exemplos de como a Câmara se torna cara, mas pode ser mais barata", disse.
Como forma de mostrar que é possível gastar menos dentro da CLDF, Leandro Grass anunciou que deve abrir mão da verba indenizatória. "Quando eu me coloco contra a verba, não significa que eu seja contra o custeio de certas atividades parlamentares. No entanto, da forma como a verba é proporcionada na Câmara, ela abre brechas para um mau uso. Por exemplo, a Casa tem consulto. Então, por que o parlamentar contrata consultoria? Por que ele usa em aluguel de escritório, se tem toda uma estrutura de gabinete e comunicação? Não faz sentido", explicou.
De acordo com o deputado distrital eleito, é necessário centralizar os custos das atividades parlamentares da Câmara. "Não é preciso extinguir o custeio das atividades, mas centralizar, baratear e dar mais transparência. Por isso abrirei mão da verba indenizatória, para levar esse debate com mais legitimidade. Hoje, é difícil para a população acompanhar a execução dessa verba", destacou Leandro Grass.
Relação com Ibaneis
Leandro Grass disse, ainda, sobre como será a sua relação com o governador eleito, Ibaneis Rocha (MDB). "Quero acompanhar o andamento das políticas públicas, vendo a qualidade e se essas políticas realmente contemplam o que a lei manda e estão condizentes com os princípios do Plano Plurianual", apontou.
O futuro parlamentar frisou que manterá uma postura de independência do chefe do Palácio do Buriti. "Ser independente significa estar disposto a construir, mas também a ter postura crítica no que for considerado ruim à população ou que provoque danos ao erário público e prejuízos à sustentabilidade do orçamento. Não posso me colocar contra um governo que ainda nem começou, mas já estou avaliando algumas das medidas antecipadas pelo futuro mandato", acrescentou.