Funcionários, diretores e pais protestaram, nesta quinta-feira (13/12) em frente ao Palácio do Buriti, para pressionar o Governo do Distrito Federal a fazer o repasse financeiro das creches associadas. Também participaram do ato representantes de instituições de educação especial, funcionários que trabalham com educação infantil, com cuidados ao idoso e com pessoa com deficiência. A Polícia Militar contabilizou 600 manifestantes.
Ainda segundo Daise, sem o dinheiro, as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) do DF correm o risco de terem o atendimento a mais de 20 mil crianças e adolescentes interrompido. Vários funcionários também ficarão sem a segunda parcela do 13; salário e sem o vencimento de dezembro as férias.
Daise Lourenço afirmou ainda que faltam mantimentos em várias creches, pois as instituições não conseguem pagar os fornecedores e os carros que prestam serviço às OSCs e OSCIPs estão parados por falta de gasolina. A Cepas também cobra da Secretaria de Saúde do GDF a formalização de Termos de Colaboração entre as OSC;s, para a execução de serviços e de assistência de saúde ao público atendido pelas instituições.
Raquel Nascimento estava na manifestação junto do filho de 2 anos. Ela explicou que ele está na Casa do Cadango há um ano e que não teria outro lugar onde deixar o filho se não fosse na creche. "Estamos aqui para apoiar a equipe que cuida do meu filho. Não é justo que o governo não se preocupe com o trabalho que eles realizam", disse Raquel.
Cláudio Van Damme e a filha Ana Luísa Van Damme também se uniram ao protesto. Ana Luísa tem Síndrome de Down e há oito anos ela é atendida no instituto Ampare. A menina tem 9 anos. "Ela passou em várias escolas que diziam ser inclusivas, mas só no instituto é que ela foi realmente incluída socialmente. Lá ela recebe educacao especializada, participa de vários projetos educacionais. O que não é justo é que eles não recebam pelo que fazem", disse Cláudio.
Mais demandas
Outra reclamação da representante da entidade Cepas é que o GDF não teria incluso o repasse às instituições conveniadas no orçamento de 2019. ;Como você vai oferecer um trabalho de assistência social com um recurso menor que o ano anterior? Não estamos pedimos esmola, isso aqui é um direito nosso;, disse.
Daise rechaçou o argumento do GDF de que os repasses não foram feitos por falta de prestação de contas das instituições conveniadas. Ela disse que a prestação foi feita, mas que devido aos atrasos recorrentes do governo e da falta de planejamento orçamentário, os recursos não foram passados. ;Nós fizemos a manifestação porque sabemos que se não recebermos agora e o novo governo entrar, aí que não iremos receber mesmo, porque o novo governador vai alegar que essa dívida é do governo passado;, desabafou.
Por volta das 10h, uma equipe do Palácio do Buriti se dirigiu até a manifestação e conversou com a presidente do Cepas. Ficou acordado que os representantes das instituições conveniadas iriam se reunir com secretários do GDF para tratar da situação. Apesar do acordo, manifestantes e representantes das instituições pediam reunião com o governador Rodrigo Rollemberg.
O Correio aguarda o posicionamento do Palácio do Buriti, da SEDF, da Sedestmith e da Secretaria de Saúde.
Estagiário sob a supervisão de...