O modo de atendimento denunciado por mulheres que acusam o médium João de Deus de abuso sexual é condenado pela Federação Espírita Brasileira (FEB). A organização recomenda que o serviço espiritual não deve ocorrer isoladamente.
A FEB se manifesta um dia após o médium espírita ser envolvido em um escândalo de abuso sexual. Mais de 10 mulheres dizem que o religioso cometeu violência sexual contra elas.
Em nota, a FEB foi categórica. "Não (se) recomenda, portanto, a atividade de médiuns que atuem em trabalho individual, por conta própria", destaca. O texto ainda ressalta: "Estes não estão vinculados ao Movimento Espírita, nem seguindo sua orientação".
O espiritismo orienta, segundo a nota, que o serviço espiritual não deve ocorrer isoladamente, apenas com a presença do médium e da pessoa assistida. A nota não cita o nome de João de Deus.
Por fim, o comunicado ressalta os valores da doutrina espírita. "(Ela) atua com o trabalho de caridade material e espiritual desinteressada, sem nenhum propósito a não ser o de auxiliar os necessitados", conclui.
Segundo as denúncias, a ação de João de Deus aconteceria com ele incorporado por uma entidade espiritual após o atendimento ao público. O argumento para a ação seria "limpeza espiritual".
O outro lado
A assessoria de imprensa de João de Deus classificou as denúncias como "falsas e fantasiosas. "A sala em questão é pública, qualquer um tem acesso a ela e jamais fica trancada. É lamentável, uma vez que o médium João é uma pessoa de índole ilibada".
João já foi acusado de outros crimes sexuais, como sedução de menor e atentado ao pudor. Em nenhum dos casos o médium foi julgado culpado.
Ele é um dos mais famosos do país e realiza, desde 1976, atendimentos e ;cirurgias espirituais;. A fama conquistou a atenção de personalidades brasileiras e internacionais. A apresentadora Xuxa Meneghel, a modelo Naomi Campbell, a apresentadora Oprah Winfrey, o ex-jogador de futebol Ronaldo Fenômeno e os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff já foram atendidos por ele.