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Cidades

Vivemos um ambiente de criminalização do advogado, diz Juliano Costa Couto

Em entrevista ao CB.Poder, presidente da OAB/DF criticou denúncia apresentada contra ele pelo MPF e disse haver uma "vontade política" com foco na diminuição da classe

Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB/DF), Juliano Costa Couto sucedeu o governador eleito do DF, Ibaneis Rocha (MDB). À frente da entidade por três anos, ele afirmou, em entrevista ao CB.Poder desta terça-feira (27/11), que optou por não concorrer a um novo mandato e questionou os motivos de ter sido denunciado por corrupção pelo Ministério Público Federal (MPF) no caso da JBS, em maio. Para ele, a denúncia teria decorrido de uma "vontade política de diminuir a advocacia". "Não tenho dúvida de que vivemos um ambiente de criminalização de nós, advogados. Acho que fui incluído nisso", afirmou.

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Amigo próximo de Ibaneis, Juliano também comentou que não sabe se assumirá algum cargo na gestão do emedebista. Apesar de prestar "contribuições informais" ao futuro governador, ele disse que só pensará na possibilidade de colaborar de forma prática em 2020. O advogado pretende dedicar-se à família, ao escritório e à recuperação de um câncer. "De 2020 a 2022, se houver necessidade e disponibilidade, vamos conversar para ver onde, se vier a existir, minha colaboração seria melhor aproveitada", ressaltou Juliano.

Questionado se a vitória do emedebista traria mais visibilidade ou importância para os advogados no DF, Juliano declarou que o êxito na campanha impõe a concretização de anseios da classe. "Às vezes, temos uma luta dura no sistema prisional e nas delegacias. Ali, ocorrem muitos embates em que autoridades não respeitam prerrogativas dos advogados. Com Ibaneis no governo, poderemos exigir um correto trato dessas prerrogativas nos órgãos públicos que geram esse tipo de atendimento", afirmou. "Um chefe do Executivo com forte vínculo com a classe poderá determinar, orientar e expedir os normativos necessários que exijam comportamento dessas autoridades em conformidade com a lei, que é o Estatuto da Advocacia."

Ainda no tema das eleições gerais, o presidente da OAB/DF avaliou a ascensão de Ibaneis Rocha durante o pleito. Para ele, o crescimento do emedebista nas pesquisas de intenção de voto resultaram de uma busca por novidade. "Foi a eleição da rejeição de atores políticos tradicionais e de uma renovação e oxigenação tremenda." Ele ainda comparou o resultado das eleições para o GDF com o que ocorreu em outras unidades da Federação. "Tivemos uma leitura de políticos tradicionais fortíssimos que não foram eleitos. Ibaneis se apresentou no momento apropriado e, com a sua capacidade de trabalho, logrou êxito", ressaltou.

Fake news


Sobre as eleições para a Presidência da OAB/DF, marcadas para quinta-feira (29/11), Juliano Costa Couto criticou a divulgação de notícias falsas associadas à gestão dele. Ele disse ser alvo de algumas das acusações e que se tornou a "Geni das eleições". "Nesta eleição, temos sido surpreendidos, talvez em níveis ainda maiores do que nas anteriores, com o que chamamos de fake news. Há vídeos apócrifos, que agridem e manipulam fatos e escondem verdades que estão presentes na eleição da Ordem."

As informações inverídicas que circularam, segundo Juliano, dão conta de supostos casos de fraude em benefícios concedidos pela Caixa de Assistência dos Advogados do DF (CAA/DF), além de mencionarem a acusação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. "Esse processo nem foi recebido ainda e tenho certeza de que não será. Colocaram como se tivesse havido um avanço nessa ação. E ainda falaram sobre os números da gestão da seccional de forma manipulada", criticou.

Sobre o legado à frente da OAB/DF, o advogado relembrou a construção de três subseções, em Samambaia, no Núcleo Bandeirante e Paranoá, além da criação de escritórios-modelo, com três espaços de coworking destinados a jovens que acabaram de ingressar na carreira. "Deixo a casa absolutamente enxuta e saudável financeiramente", ressaltou Juliano.