O MPDFT põe sob suspeita a segurança do banco de dados da Fiesp. Segundo o promotor de Justiça Fernando Meynberg Ceroy, na portaria que instaura o processo, "os dados pessoais estavam disponíveis em um banco de dados aberto e não criptografado, com possibilidade de amplo acesso público".
As informações que podem ter sido expostas são RG, CPF, sexo, data de nascimento, endereço completo, e-mail e telefone. Há, nos arquivos da federação, o registro de quase 180 milhões de pessoas, sendo que a maior coleção de dados continha informações de aproximadamente 35 milhões de brasileiros.
A Fiesp, em nota, afirma que apura o eventual acesso de uma empresa à base de dados cadastrais, no último dia 12 de novembro. A empresa alega prestar serviços de segurança digital. "Nesta base há somente dados cadastrais, não contendo informações sensíveis e nem senhas. Não há, até o momento, notícia de que qualquer informação pessoal do cadastro tenha sido exposta", indica a federação.
Os funcionários da Fiesp chegaram a entrar em contato com a empresa suspeita que, segundo a federação, "afirmou não ter tornado público e ter destruído posteriormente os dados a que alega ter tido acesso. Afirmou ainda que seu objetivo foi expor eventuais vulnerabilidades para prevenção de potenciais vazamentos".
Outros casos
A Unidade Especial de Proteção de Dados e Inteligência Artificial do MPDFT, no dia primeiro de outubro deste ano, abriu inquérito civil público para investigar possível vazamento de dados pessoais de usuários brasileiros do Facebook. Segundo a rede social, cerca de 50 milhões de pessoas tiveram os perfis acessados por hackers.
Em 7 de novembro, a mesma unidade iniciou as investigações sobre o possível vazamento do código-fonte do software da Stone Pagamentos S.A., empresa que opera máquinas de cartões. A Stone conta que não há indícios de que dados pessoais de clientes tenham sido acessados, mas o MPDFT investiga as consequências da liberação do código.