O governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), declarou, neste pleito, despesas de R$ 5,4 milhões na entrega final da prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com tempo mais curto para convencer o eleitor e mudanças no financiamento em relação ao processo eleitoral anterior, a campanha deste ano para governador tinha como teto o valor de R$ 8,4 milhões, considerando os dois turnos. Desta vez, vigorou, também, a proibição do financiamento privado. Dessa forma, apenas pessoas físicas puderam fazer doações aos candidatos.
De acordo com a prestação de contas final, Ibaneis arrecadou mais do que gastou. As receitas declaradas do emedebista foram de R$ 6,1 milhões. A diferença entre o valor recebido e o gasto ficou em R$ 689 mil. As sobras de campanha não podem ser usadas depois da eleição e precisam ser transferidas aos partidos locais após o julgamento das contas e de todos os possíveis recursos.
Do total arrecadado, Ibaneis foi responsável por financiar, com recursos próprios, 60,67%, em um total de 3,7 milhões. Apesar de ter dito, no início da campanha, que não usaria verba do fundo partidário, o governador eleito recebeu R$ 800 mil do MDB nacional e R$ 579 mil, do diretório regional da sigla.
Entre recursos que vieram de pessoas físicas, a maior doação foi feita pelo ex-senador de Tocantins Marco Antônio Costa (PSD). Empresário, ele destinou R$ 500 mil ao projeto de Ibaneis. Marco Antônio foi suplente da senadora Kátia Abreu (PDT) e disputou como vice dela as eleições suplementares para governador naquele estado neste ano.
Outras doações substanciais para a campanha de Ibaneis foram feitas pelo advogado baiano José Nelson Dantas de Cerqueira ; R$ 500 mil ; e pelo empresário do ramo imobiliário Gil Pereira ; R$ 150 mil. O futuro governador recebeu, ainda, contribuições do advogado piauiense José Norberto Lopes Campelo (R$ 40 mil) e do empresário do setor de planos de saúde Elon Gomes de Almeida (R$ 20 mil).
Saldo
Ao longo da campanha vitoriosa, Ibaneis investiu, principalmente, nas formas mais tradicionais de promoção. O gasto com atividades de militância foi o mais alto do advogado, com R$ 1.393.049,54. Depois, vieram os custos com a produção de programas de televisão. Os filmes produzidos para o emedebista tiveram o custo de R$ 1,2 milhão. Em terceiro lugar, ficaram os materiais impressos. Panfletos e santinhos custaram à chapa do governador eleito cerca de R$ 684 mil. Durante a campanha nas ruas, o advogado destacou a importância das pesquisas para avaliar o desempenho e o crescimento. De fato, o governador eleito dedicou parte considerável do orçamento para este fim, com R$ 500 mil dedicados a testes e levantamentos.
A prestação de contas de Ibaneis tem um saldo diferente da do atual governador, Rodrigo Rollemberg. Enquanto houve sobras para o eleito, o chefe do Buriti ainda tem dívidas de cerca de R$ 1 milhão para acertar. O socialista gastou menos, mas também teve arrecadação inferior. Foram R$ 4,3 milhões de receita e R$ 5,3 milhões, de despesas. O excedente, segundo declarações do governador, deve ser pago pelo partido.