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Luane da Silva Lima, de 28 anos, que é negra, disse ter questionado a ação na hora de ser contratada para o trabalho, mas não foi ouvida. "A ação e a caracterização foram passadas pelos contratantes. Pediram para segurarmos a faixa, pintarmos nossos rostos e usarmos uma peruca de cabelo crespo. Como meu cabelo já é cacheado, não precisei usar", explicou. Ela disse não saber se a contratante é ligada ao shopping, mas afirmou que a faixa fazia propaganda das promoções do local.
Luane se sentiu constrangida com alguns comentários de pessoas que passavam pela rua. "Um rapaz passou e falou que meu rosto estava preto de forma irônica", reclamou. Ela disse que a frequência de pessoas que passavam pelo local e reclamavam da ação foram aumentando com o passar das horas. "Não foi só uma. Até uma gerente de uma loja do shopping passou e disse que não concordava com a campanha, que era racista", contou.
Quatro mulheres tinham sido contratadas para a ação, prevista para durar 10 horas. Porém, com a repercussão negativa, a ação acabou por volta das 15h. A assessoria de imprensa do shopping informou que, assim que percebeu que a ideia transmitida com a ação foi contrária à que havia sido planejada, a administração optou por cancelar a divulgação do evento. A empresa também se desculpou. "A todos que se sentiram ofendidos com a ação, pedimos desculpas e reiteramos que em nenhum momento a ideia teve cunho ofensivo".
* Estagiário sob supervisão de Roberto Fonseca