Com o Natal e as festas de dezembro se aproximando, a próxima sexta-feira pode ser a oportunidade perfeita para o brasiliense garantir um presente para este fim de ano sem gastar muito. Data mais positiva para o comércio eletrônico do país, a Black Friday deve representar um faturamento de mais de R$ 80 milhões só no Distrito Federal, de acordo com os organizadores do evento no país. Caso a projeção se concretize, significará um aumento de 19% nas vendas em relação à mesma data de 2017.
;A Black Friday virou um costume para os brasileiros. As pessoas já começaram a se preparar para esse dia, economizando nos meses anteriores. Desde a implementação no país, em 2010, ela só trouxe resultados positivos, pois se consolidou como uma data do ;eu mereço;, ou seja, as pessoas querem aproveitar os preços baixos para presentear a si mesmas;, comenta o diretor da Black Friday no Brasil, Ricardo Bove.
Fatores como a mudança do cenário político do país e o aumento da confiança do consumidor contribuem para que a perspectiva vire realidade. ;Qualquer alteração na política é acompanhada de uma expectativa de melhoria por parte do cidadão. Isso contagia também o empresário, que passa a investir mais no estoque e arriscar nas promoções. A projeção de crescimento em dois dígitos é muito satisfatória;, diz o presidente da Federação do Comércio do DF (Fecomércio), Adelmir Santana.
Apesar de a sexta-feira ser a data característica do evento, a movimentação dos consumidores agita o comércio, e não apenas o eletrônico. A dona de casa Maria Célia Souza, 53 anos, por exemplo, aproveitou a redução nos preços e levou para casa uma colcha de cama que estava em promoção. ;Vim buscar um presente comprado pela internet, mas quando vi que vários produtos estavam em liquidação, saí da loja com mais alguns para mim;, afirma. Na sexta-feira, ela voltará às ruas para tentar comprar uma geladeira. ;Se estiver com o preço mais acessível e um bom desconto, eu posso até levar.;
As vendas na Black Friday podem apresentar uma prévia de como será o faturamento do comércio local durante os feriados de fim de ano. Hoje, o Distrito Federal é a quinta unidade da Federação que mais gasta por conta do evento ; está atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Além disso, concentra 42% da quantidade de vendas na região Centro-Oeste.
De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista), as lojas que participam da Black Friday podem dar descontos que chegam a 50%. ;O consumidor poderá usar os descontos para antecipar as compras para o Natal;, sugere o presidente do Sindivarejista, Edson de Castro.
Corroborando a tendência, a dona de casa Iranilde Costa, 52, adiantou os presentes para o feriado do Natal e comprou dois celulares: um para o filho e outro para a nora. ;Gastei aproximadamente R$ 1,8 mil. Os preços estavam baixos, então, decidi aproveitar;, justifica.
Cuidados
Apesar da projeção positiva, é importante que o consumidor não compre por impulso durante a data. Neste momento, as lojas devem não apenas atrair clientes, mas também, cumprir com os descontos prometidos. ;Quem aderir à Black Friday deve fortalecer a prática da maneira como ocorre nos Estados Unidos, e não mascarar as coisas para o consumidor. Caso contrário, ela cairá em descrédito para as futuras campanhas. É indispensável que nós ofereçamos credibilidade ao consumidor;, alerta Adelmir, da Fecomércio.
* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer