O corpo do estudante Osterno Guilherme Martins, de 16 anos, começou a ser velado às 14h desta quarta-feira (14/11), no Cemitério Campo da Esperança de Taguatinga. O jovem foi assassinado por um homem que roubou o celular dele. Osterno é filho de um sargento do Corpo de Bomeiros bombeiro, e foi morto com um tiro no queixo. Segundo testemunhas, o autor do crime estava em uma bicicleta, armado, e abordou o rapaz para levar seus pertences, mas acabou atirando contra ele.
Não se sabe se o garoto reagiu ao assalto ou não. A investigação do caso está sendo realizada pela 24; Delegacia de Polícia (Ceilândia). Segundo a Divisão de Comunicação da Polícia Civil (Divicom), moradores do local não conseguiram identificar o paradeiro do autor do crime: "As testemunhas não souberam dizer o que houve, mas, subitamente, ouviram um tiro, tendo o autor se evadido para local incerto".
Escola em luto
No Centro Educacional 15 (CED 15) no Setor O, em Ceilândia, o clima é de comoção. O diretor da escola Anderson Souza, fala sobre Osterno com muito carinho. "Era um menino muito bom, tranquilo e estudioso. Tinha o sonho de fazer medicina veterinária e ser bombeiro. Outro sonho era comprar uma fazenda para os pais. Estava todo feliz porque conseguiu a isenção de taxa para o PAS (Programa de Avaliação Seriada)", contou Anderson.
No momento do crime, que ocorreu próximo da instituição de ensino, o diretor preferiu manter os alunos dentro da escola, para evitar que os colegas vissem o corpo. Professores e estudantes se mobilizaram para ir ao enterro do adolescente. A cerimônia fúnebre acontece das 14h às 17h, no cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga.
O diretor contou, ainda, que a escola já passou por outros momentos parecidos. Há 4 anos um aluno, vítima de assalto, morreu próximo a instituição. E há 2 anos, um outro adolescente, levou um tiro numa tentativa de assalto. No último caso o aluno precisou amputar a perna. "São situações difíceis, porque são jovens, cheios de sonhos. Pra gente é doloroso perder alunos dessa forma", ressalta Anderson. A escola está fechada em luto e volta as aulas normalmente na segunda-feira (19/11).
Região violenta
O caso aconteceu na Quadra QNO 18, na Expansão do Setor O, da Ceilândia. O local é conhecido pela violência constante. Um dos casos marcantes foi a morte de Maria Eduarda, de 6 anos. Ela levou um tiro na cabeça e outro no tronco, em maio de 2018.