Dois representantes do Distrito Federal na Câmara dos Deputados se desentenderam e quase chegaram às vias de fato no plenário da Casa, nesta segunda-feira (12/11). Alberto Fraga (DEM) e Laerte Bessa (PR) foram os protagonistas da confusão, motivada por críticas de Fraga à decisão do governador eleito, Ibaneis Rocha (MDB), de extinguir a Casa Militar e criar um Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que seria comandado por Bessa.
Em discurso na tribuna da Câmara, Fraga ; que é coronel da PM ; chegou a dizer que a decisão de Ibaneis era uma "ideia de jerico" que não seria aceita pelos oficiais da corporação. "Se ele insistir com essa ideia de maluco, de jumento, de extinguir a Casa Militar, ele pode preparar cadeia para todos os oficiais, porque ninguém vai para a rua. Ninguém vai trabalhar. Nós vamos mergulhar o Distrito Fedral num caos, numa insegurança pública jamais vista", disparou.
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Derrotado ainda no primeiro turno na disputa pelo GDF, Fraga ainda insinuou que a extinção da Casa Militar teria como objetivo "dar alento a quem perdeu uma eleição". "Quer botar um civil para comandar as forças militares. Nós não vamos aceitar isso", acrescentou o parlamentar. Indicado para assumir o GSI, Bessa ; que é delegado ex-diretor da Polícia Civil do DF ; não conseguiu se reeleger deputado.
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O parlamentar do PR, então, subiu na tribuna e se disse "indignado com um cidadão dessa qualificação vir falar de uma pessoa digna como é nosso futuro governador Ibaneis". Pedindo direito de resposta, Fraga, do plenário, disse que Bessa era "conhecido na Casa pelo tresloucamento e truculência" e afirmou que ele teria explicar o fato de "apoiar um candidato que era de outra coligação". No primeiro turno, o PR de Bessa apoiou a candidatura de Fraga.
Na sequência, Bessa se dirige a Fraga e os dois começam a trocar xingamentos, até serem separados por colegas. Por conta do episódio, a sessão acabou sendo suspensa.
Críticas
Não é a primeira vez que Fraga usa a tribuna da Câmara para criticar Ibaneis. Em 10 de outubro ; antes do segundo turno das eleições ; o deputado acusou o emedebista de compra de voto. "O candidato Ibaneis foi gravado dizendo que as casas foram derrubadas pela Agefis, que é a Agência de Fiscalização, está gravado, ele dizendo que iria reconstruir essas casas com o seu próprio dinheiro. Se isso não for compra de votos, eu não sei mais o que é compra de votos", disparou. "Espero que a Justiça tome uma providência", acrescentou.