Alan Rios
postado em 12/11/2018 09:39
O Tribunal do Júri do Riacho Fundo condenou Leonardo Gonçalves Borges, acusado de tentativa de feminicídio, a 15 anos de prisão em regime inicial fechado. O homem, de 38 anos, ateou fogo na esposa em setembro de 2017, na frente de uma sobrinha da vítima, de quatro anos. A condenação ocorreu em sessão realizada na última quinta-feira (8/11).
Segundo o juiz, Romero Brasil de Andrade, a condenação se deve, principalmente, pelo fato de que "as consequências foram muito graves. A vítima ficou internada por 59 dias e depois voltou a ficar no hospital com fortes dores e sofreu sete intervenções cirúrgicas de enxerto de pele e transfusão de sangue", relatou.
O acusado respondeu pela tentativa de homicídio triplamente qualificada por meio cruel, já que houve emprego de fogo, por uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e por ter cometido crime motivado pela condição de sexo feminino da esposa. Além do tempo de reclusão em regime inicial fechado, Leonardo terá que pagar uma quantia de R$ 30 mil para reparar o dano causado à vítima.
Ele não poderá recorrer da sentença em liberdade. De acordo com o magistrado, "a hediondez do crime e a possibilidade de reiteração específica aconselham a manutenção do encarceramento para garantia da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei, sendo insuficiente a substituição por outras medidas cautelares".
Relembre
O crime aconteceu no dia 3 de setembro de 2017, quando o homem, sob efeito de drogas e álcool, iniciou uma discussão com a companheira, na casa dos dois, no Riacho Fundo 2. Ele então se descontrolou, jogou álcool contra a mulher, a empurrou no fogão e acendeu as chamas. A esposa correu para o banheiro para apagar o fogo no chuveiro, mas ainda teve mais de 40% do corpo queimado.
O Corpo de Bombeiros socorreu a mulher e a levou ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde ela ficou internada. Além da tentativa de feminicídio daquele dia, Leonardo ainda tinha mais duas ocorrências de violência doméstica, uma de 2013 e outra de 2015. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios alegou que o acusado tentou matar a mulher de 38 anos por "nutrir sentimento de posse" por ela. O uso de fogo, sem possibilidade de defesa da vítima, foi outro agravante levantado na denúncia.