Em mais um episódio da conturbada separação de Michella Marys e do jurista Roberto Caldas, ex-presidente da Corte Internacional de Direitos Humanos, a Justiça decretou a reintegração de posse de diversos móveis que estão na casa onde Michella mora com os filhos, no Lago Sul. A decisão abrange, também, bens de outra casa, no Jardim Botânico, para onde a ex-mulher se mudaria. Ela alega que havia feito um acordo com o ex-marido. A ação aconteceu na última terça-feira (6/11).
[SAIBAMAIS] Michella diz que foi pega de surpresa. "Não fui informada sobre a operação. Não tive oportunidade de me defender. Levaram tudo. Itens de cozinha, fogão, geladeira, tábua de passar. Foi uma tragédia. Chegaram metendo o pé na porta. E o pior foi que meus filhos estavam em casa no momento do ocorrido, e ficaram traumatizados. Foi a medida mais drástica que ele poderia fazer. Não está tirando de mim, mas dos filhos dele", esbravejou.
O ex-marido da estudante de direito nega a versão. Segundo ele, a polícia chegou, tocou a campainha, mas ninguém atendeu. "Então pediram reforço policial e entraram na casa. Estavam dois empregados e os meus filhos. Quando viram que havia menores na casa, foi determinado que as crianças saíssem e depois, continuaram com a ação. Ela sabia da diligência. Deveria ter retirado as crianças de lá", argumenta o juiz.
As discordâncias entre Michella e Roberto se arrastam a meses. Em maio, ela denunciou o então marido por agressões físicas e verbais, além de ameaça de morte. À época, o juiz chegou a renunciar à Presidência da Corte de Direitos Humanos. Roberto Caldas havia pedido licença por tempo indeterminado, mas, pouco tempo depois, oficializou o pedido de afastamento.
Documentação
Roberto juntou o processo do divórcio, um documento que atesta o regime de separação de bens, e conseguiu, por determinação judicial, todos os móveis que provou ter comprado. Michella garante que a assinatura é falsa e que o juiz que decidiu a favor de Roberto pode ter sido induzido a erro pelo ex-marido. Segundo ela, o contrato é de 2005 e só foi registrado em cartório em 2018, quando já tramitava o processo de separação. A união durou 13 anos.
"Ele pegou um documento falso, a sentença de conciliação que só arrola os bens, mas não determina de quem eles são, pegou as notas fiscais provando que era ele quem pagava e induziu o juiz ao erro. Quero que a perícia seja feita em cima do original, um cartório não tem como fazer esse reconhecimento", aponta.
Advogado de Michella, Pedro Calmon diz que existe uma representação no Tribunal para declarar a nulidade do documento. "Temos uma perícia que já indica que o documento é falso, mas mesmo assim ele foi utilizado", contesta.
Ao Correio, Roberto negou as denúncias de agressão e apontou que os bens foram movidos, pela ex, sem sua autorização. "Ela desmontou móveis embutidos. Uma atitude de destruição. Quanto ao documento de união estável, foi ela própria quem redigiu, tenho provas. A Justiça existe para mediar conflitos. O juiz perdurou o pró e o contra", finalizou.