Alexandre de Paula
postado em 08/11/2018 06:00
A disputa pelo Palácio do Buriti custou, no 1; turno, R$ 16,9 milhões aos candidatos que disputaram as eleições deste ano. Os concorrentes ao GDF gastaram, porém, menos do que arrecadaram neste pleito. As receitas foram de R$ 22,7 milhões, dos quais 61% (R$ 13,9 milhões) são provenientes de recursos públicos dos fundos partidário e eleitoral, de acordo com levantamento feito com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) teve a campanha mais cara entre os que disputaram o cargo em 2018. O socialista declarou despesas de R$ 5,19 milhões ; nestas eleições, o limite de gasto estabelecido para concorrentes ao Executivo local, no 1; turno, era de R$ 5,6 milhões. Cada um dos 210.510 votos conquistados por Rollemberg custaram R$ 24,68.
O gasto médio de Rollemberg por apoio nas urnas ficou atrás apenas do deputado federal Alberto Fraga (DEM), que investiu R$ 52,58 por eleitor. O coronel da reserva da Polícia Militar ficou em sexto lugar no pleito, teve 88.840 votos e declarou despesas totais de R$ 4,67 milhões, número superado somente pelo atual chefe do Buriti.
O candidato eleito, Ibaneis Rocha (MDB), teve a terceira campanha mais cara no primeiro turno, com despesas declaradas de R$ 3,45 milhões. Como teve 634.008 votos, o gasto por eleitor do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no DF ficou abaixo do que os valores da maioria dos adversários. Ele gastou R$ 5,44 para cada eleitor.
Terceiro colocado na disputa, o deputado federal licenciado Rogério Rosso (PSD) gastou R$ 1,42 milhão e conquistou 169.785 eleitores, com custo de R$ 8,36 por voto. Dos 10 candidatos ao Palácio do Buriti, apenas o quarto colocado, Paulo Chagas (PRP), não entregou a prestação de contas final dentro do prazo, que se estendia até a última terça-feira. Nos dados preliminares apresentados pelo militar, constam R$ 75 mil em despesas.
Eliana Pedrosa (Pros), que liderou a maioria das pesquisas de intenção de voto no primeiro turno, gastou R$ 1,19 milhão. A ex-distrital acabou a corrida eleitoral na quinta posição, com 105.579 votos e gasto de R$ 11,27 por eleitor. A campanha mais econômica foi a do candidato do PSTU, Antônio Guillen, que declarou à Justiça Eleitoral não ter tido qualquer despesa monetária para conquistar 1.272 votos. Conforme a documentação apresentada por Guillen, a campanha foi tocada com bens ou serviços prestados e oferecidos diretamente por apoiadores. A estimativa é de que, caso essas colaborações diretas fossem contabilizadas em dinheiro, o recurso total seria de R$ 3.616,93.
Como a arrecadação superou o total de gastos, a campanha para o Buriti, no primeiro turno, deixou como sobra R$ 5,8 milhões. Os valores não podem ser usados pelos candidatos depois da eleição e precisam ser transferidos aos partidos após o julgamento das contas e de todos os possíveis recursos.
Campanha tradicional
O balanço dos gastos dos candidatos ao GDF, no 1; turno, demonstra que os maiores investimentos foram feitos em métodos tradicionais de se fazer campanha. A produção de programas de rádio e de televisão foi o setor em que mais se concentraram despesas nessa etapa das eleições, com um total de R$ 4,04 milhões. Rollemberg foi quem investiu mais na área, com R$ 1,4 milhão, seguido por Alberto Fraga, com R$ 1,3 milhão. Ibaneis declarou ter usado R$ 600 mil para esse fim.
O custo com militância também se destaca no levantamento. Foram R$ 3,7 milhões pagos aos cabos eleitorais. Com R$ 1,7 milhão, Fraga lidera os gastos com a mobilização de rua, seguido por Ibaneis (R$ 1,1 milhão) e Eliana Pedrosa (R$ 523 mil).
Mesmo com o destaque, sobretudo nacionalmente, das redes sociais no pleito deste ano, os investimentos na internet foram muito abaixo daqueles dedicados para outras áreas, com despesas de R$ 676 mil com impulsionamento de conteúdo. Rosso lidera os investimentos na web com R$ 200 mil. Rollemberg e Ibaneis vêm logo depois, com R$ 150 mil e R$ 140 mil, respectivamente. Ambos têm até o dia 17 para a prestação de contas do 2; turno.
Documentação
De acordo com o TSE, o candidato que não fizer a prestação de contas até a data-limite será notificado e pode ter as contas julgadas como não prestadas. No entanto, cada caso é avaliado individualmente, e os concorrentes podem recorrer e justificar os atrasos na entrega da documentação.