A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, nesta quarta-feira (7/11), uma operação contra o dono dos supermercados Alvorada, Eudes Teixeira, 49 anos, um gerente da rede e outras pessoas acusadas de integrar quadrilha que agia para comercializar cargas furtadas em estabelecimentos do DF e do Entorno.
A Operação Latrinariam cumpre 14 mandados de prisão preventiva e 21 mandados de busca e apreensão domiciliar nas regiões administrativas de Ceilândia, Samambaia, Santa Maria, Taguatinga, Recanto das Emas, Gama, Brazlândia e Valparaíso de Goiás.
A polícia também recolheu produtos em más condições de conservação e possivelmente provenientes de roubo. Um caminhão carregado também foi localizado pela polícia nas dependências de um estabelecimento.
[SAIBAMAIS]A investigação durou cerca de 10 meses. Segundo a PCDF, o grupo criminoso agia sob extrema organização, principalmente no furto mediante fraude de cargas e a receptação por meio de comércios legalizados em Santa Maria e no Entorno. Eles usavam caminhões com placas clonadas para se passar por uma empresa de transporte de cargas.
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O supermercado tinha a função dentro da organização criminosa de vender os produtos roubados e aferir os lucros do crime. "Ainda não sabemos exatamente a quantidade, mas a gente acredita que grande parte das mercadorias que estão sendo vendidas para a população local são mercadorias ilícitas advinda do furto de cargas", informou o delegado Luiz Fernando, responsável pela investigação do caso.
Lavagem de dinheiro
O dono dos supermercados e suspeito de liderar a organização criminosa, Eudes Teixeira, também é proprietário de uma revendedora de veículos em Santa Maria. A Polícia Civil apreendeu cinco carros de luxo, possivelmente adquiridos por meio da lavagem de dinheiro.
"Há vários veículos de propriedade dele, mas que estão em nome de laranjas, para ele poder se furtar da operação policial. A revendedora, que possui cerca de cem carros, não tem cadastro na Receita e será autuada por cada automóvel irregular no local", esclarece o delegado André Oliveira.
Os investigados devem responder por organização criminosa, furto mediante fraude, receptação qualificada, adulteração de sinal identificador de veículo, falsidade ideológica e uso de documento falso. Caso condenados, a pena pode chegar a 41 anos de prisão. A investigação está a cargo da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri/DF), da Polícia Civil.