A sessão do Tribunal do Júri de Brasília começou às 10h30 e não tem previsão para término, podendo durar até a madrugada. Ao todo, 12 testemunhas foram ouvidas até o fim da tarde. O Ministério Público, os advogados e o juiz seguem interrogando o acusado. Em seguida, haverá exposições do Ministério Público e da defesa.
Relembre o caso
Um homem morreu e outro ficou ferido após tiroteio em uma festa no barco Lake Palace, no Lago Paranoá. Cláudio Miller Moreira, 47 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Já Fábio Cunha, 37, sobreviveu. Segundo a polícia, o autor dos disparos é o policial federal Ricardo Matias Rodrigues.
A reunião era para comemorar o aniversário de três amigas, uma delas, policial civil de Goiás. A promoter da festa, Renata de Andrade Silva, casada com o policial federal Ricardo Matias, contou à polícia que Cláudio e a mulher, Valderly da Silva Feitosa, 30 anos, teriam se envolvido em uma confusão e deixado o barco.
Logo em seguida, Cláudio teria voltado para a embarcação acompanhado de Fábio "como se estivesse muito furioso e quisesse tirar satisfações". Renata teria tentado conciliar a situação para mantê-lo fora do barco e evitar novas confusões, mas teria sido empurrada pelos homens com muita força. Neste momento, seu marido, Ricardo, veio em seu socorro e disse: "Polícia, fica aí".
O policial federal Ricardo Matias Rodrigues, autor dos disparos, se apresentou à polícia alegando ter agido em legítima defesa. Informou ainda que deu mais de uma ordem para que Cláudio e Fábio não se aproximassem e, diante da insistência, efetuou os disparos, que acertaram as vítimas na região do abdômen. Em seu depoimento, Ricardo confirma a versão da mulher.
O policial pediu a outras pessoas presentes no barco que prestassem socorro. Enquanto isso, se dirigiu até a delegacia para se apresentar e levar a arma do crime. Por ter se apresentado espontaneamente, o policial foi liberado após prestar declarações.