A ex-delegada Martha Vargas será transferida para a Penitenciária Feminina do Distrito Federal no Gama, a Colmeia, nesta sexta-feira (26/10). Ela ficará em uma ala separada das detentas comuns.
Martha está presa desde sábado (20/10) na carceragem da Polícia Civil, no Parque da Cidade, para cumprir a condenação de 16 anos por fraude processual, falsidade ideológica, violação de sigilo funcional e tortura, cometidos durante as investigações do triplo assassinato ocorrido na 113 Sul, em 2009.
Segundo o advogado de defesa da ex-delegada, Paulo Suzano, ainda não há informações se Martha vai ou não dividir a cela com outra detenta. Contudo, informou que "condenados oriundos da carreira policial ficam separados dos outros presos, em decorrência da natureza de seu ofício".
Suzano citou o risco que a ex-delegada poderia correr ao dividir a cela com detentas comuns. "Imagine ficar preso junto com pessoas que estão lá devido ao trabalho anteriormente desenvolvido?", questionou.
Nos próximos dias, a defesa apresentará uma nova tese para recorrer à decisão em segunda instância que culminou no cumprimento da pena estipulada para Martha Vargas.
Crime da 113 Sul
Em 31 de agosto de 2009, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, a mulher dele e a emprega foram assassinados com 78 facadas. Os cadáveres foram encontrados em estado de decomposição pelos agentes.
A neta do casal foi a responsável por comunicar o crime à Polícia Civil, indicando que os avós não tinham sido vistos desde a sexta-feira (28/8) anterior ao triplo homicídio.
À época, a então delegada Martha Vargas ficou à frente das investigações do crime. Ela se baseou em informações de uma vidente para conduzir o inquérito do caso, além de ter plantado provas no apartamento onde ocorreu o assassinato e torturado duas pessoas para que confessassem serem os autores dos homicídios.