Cidades

Cidadania: projeto leva aula de bordado a detentas de Formosa (GO)

Dezesseis mulheres começaram a aprender o ofício. Elas poderão vender os produtos e gerar renda para os familiares

Walder Galvão - Especial para o Correio
postado em 24/10/2018 17:41
Dezesseis detentas estão aprendendo a bordar na Cadeia Pública de Formosa
Detentas da Cadeia Pública de Formosa tiveram o cotidiano do cárcere mudado. Um projeto da Fundação Pedro Jorge passou a ensinar bordado a 16 mulheres privadas de liberdade. As aulas começaram nesta quarta-feira (24/10) e vão durar três dias. Apesar do pouco tempo de duração do curso, os responsáveis pelo projeto garantem que a quebra de rotina animou o clima dentro da prisão.

Essa é a primeira edição do projeto batizado de Oficina Futuro Bordado. A idealizadora dele, Tayná Lemes Corrêa Lôbo, 26, conta que teve a ideia de iniciar o trabalho no presídio quando conheceu o bordado. ;Fizemos uma campanha de doação para arrecadar verba e comprar o material. Tivemos uma ótima aceitação da população e arrecadamos mais do que pedimos;, afirma.

De acordo com ela, a direção do presídio aceitou o projeto e abriu as portas para que as detentas começassem a aprender o ofício. ;Elas farão álbuns com bordado. Os produtos poderão ser comercializados e o dinheiro arrecadado será distribuído para a família das mulheres. Caso elas não queiram, poderão ficar com os itens;, ressalta.
As aulas começaram nesta quarta-feira (24/10) e durarão três dias

Tayná garante que esse é um trabalho piloto e que o objetivo é expandir para outros presídios do Brasil. ;Estamos em contato com o pessoal de São Paulo, e, nos próximos dias, queremos levar o projeto para lá. Em seguida, pensamos fazer em Brasília e em outras unidades da Federação;, comenta.

Para a idealizadora, as oficinas têm um papel importante na vida das detentas. ;É uma coisa muito impactante, até para mim, que trabalho nessa área. São pequenas coisas que a gente vê que fazem a diferença;, reconhece. Tayná ainda ressalta que o trabalho acontece em parceria com uma profissional na confecção de álbuns, a Danniela Ribeiro, responsável pela marca Malagueta Craft. Ela será responsável pela venda dos itens, caso as mulheres queiram realizar o comércio.

Durante os três dias de oficina, as alunas aprenderão cada etapa do processo para produção dos álbuns, como encadernação, bordado e até mesmo a elaboração do papel reciclado, também usado no material. Além disso, elas terão noção do custo para a confecção do produto final para que consigam estabelecer um valor para os itens produzidos.
O objetivo do projeto é dar empoderamento e ensinar um ofício às mulheres presas

O objetivo principal da oficina é empoderar as mulheres detentas e ensiná-las a trabalhar em equipe. De acordo com Tayná, esse tipo de atividade consegue estimular a autovalorização e a inserção delas no mercado de trabalho. ;Elas aceitaram bem as oficinas e se interessam em participar;, complementa. Quem quiser fazer doações, pode clicar aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação