A mulher cometia os abusos sexuais e filmava os atos pelo celular. Com o neto de 6 anos, ela chegou a concretizar a conjunção carnal. Com as netas, ela passava a mão pelo corpo e parte íntimas. Os materiais salvos no aparelho telefônico foram apreendidos por agentes da 19; DP.
Segundo o delegado-chefe Fernando Fernandes, a mãe das crianças estava desconfiada em decorrência do comportamento sexualizado do filho. "Ele e a menina mais velha demonstraram conduta inapropriada para a idade deles. Quando ela perguntou ao menino onde havia aprendido aquelas coisas, ele disse que a avó o tinha ensinado e fazia nele", afirma.
A mãe relatou o ocorrido para a irmã e, juntas, decidiram olhar o celular da mãe delas. Elas viram os materiais pornográficos envolvendo todas as crianças e foram até a delegacia.
"A mãe nos disse que, há cerca de dois meses, está trabalhando e a mulher ia até a casa dela, em Ceilândia, para cuidar dos netos. Nessas ocasiões, ela abusava sexualmente das crianças", explica Fernando Fernandes.
A acusada mora no Recanto das Emas, onde foi presa. Agentes a encontraram em casa e, no local, apreenderam o celular dela. Ao verem parte do material, a prenderam em flagrante. Em audiência de custódia, o juiz determinou que ela continuasse presa preventivamente na Colmeia.
Até o momento, a mulher foi indiciada por quatro estupros de vulnerável e armazenamento de material de pornografia infantil. Somadas, as penas podem chegar a até 60 anos.
A polícia também acredita que uma das filhas da mulher, atualmente com 17 anos, tenha sido vítima de abuso sexual. "Durante a prisão, essa adolescente comentou coisas, como se recordasse de situações parecidas. Contudo, de repente, se fechou. Tudo isso será averiguado com mais profundidade", realça.
Toda a família foi encaminhada ao Conselho Tutelar de Ceilândia Norte, onde receberá apoio, sobretudo, psicológico.
Rede pornográfica
Para o delegado, as filmagens no celular da mulher dão indício ao possível compartilhamento na internet em redes de pedofilia. Os agentes tentam elucidar se ela participa ou não desses grupos criminosos.
"É bastante comum entre pedófilos essa rede de compartilhamento de pornografia infantil. Com o celular e o computador dela, estamos averiguando se houve a divulgação ou recebimento de materiais de erotização infantil", determina Fernando Fernandes.