Na próxima quarta-feira (24/10), o Correio Braziliense promove mais um debate com os candidatos ao Governo do Distrito Federal. Ibaneis Rocha (MDB) e Rodrigo Rollemberg (PSB) estarão frente a frente nos estúdios da TV Brasília, onde serão sabatinados por jornalistas do Correio e terão a oportunidade de apresentar aos eleitores suas propostas de governo. O encontro acontece às 18h e será transmitido na TV, nas redes sociais e no site do jornal.
"O debate serve para criar a percepção no espectador de como o candidato responde a temas importantes para a população. No segundo turno, esses encontros são ainda mais especiais, já que, com o número reduzido de personagens, é possível ter um olhar mais apurado acerca do candidato em cada temática", explica o analista politico Creomar de Souza, professor da Universidade Católica de Brasília (UCB).
Para Aline Machado, PhD em ciência política pela Florida International University, é no debate que o eleitor percebe melhor a postura do candidato, em momentos confrontantes. Segundo ela, dependendo do desempenho, é possível reverter alguns votos, a favor ou contra.
"A televisão está na casa de todo mundo, muito próxima das pessoas. No debate, podem acontecer coisas inusitadas. É possível ver uma imagem diferente daquela controlada, construída junto aos assessores", aconselha Aline. Para ela, esses encontros funcionam como um "tira-teima" dos candidatos. "O personagem pode, ou não, cair durante o debate, conforme o controle do candidato nas respostas", completa.
Segundo a pesquisa do Instituto Opinião Política, encomendada pelo Correio, apresenta Ibaneis com 75,3% dos votos válidos, e o governador Rollemberg com 24,7%. Carlos André Machado, responsável pelo instituto, acredita que estes números estejam quase consolidados, devido a fatores que se apresentam desde o primeiro turno.
"São três coisas que definem esses porcentuais. O primeiro é a alta rejeição do governador que permaneceu alta durante a campanha. Em segundo aparece o sentimento de mudança influenciado pela cenário presidencial. E por último o desempenho de Ibaneis", diz André.
Aline ressalta que é importante manter os pés no chão e não ser envolvido pelo clima das pesquisas, que representam o momento atual e não o que será apurado nas urnas. "É difícil para o candidato que se apresenta na liderança nas pesquisas manter o ritmo e não entrar num clima de ;já ganhou;, de arrogância. Se isso ocorrer, pode prejudicar muito a imagem do candidato com os eleitores no debate, o que pode ajudar o adversário", constata a cientista política.
Para Creomar, o debate deve ser marcado novamente pela troca de acusações. "Cresceu a tendência de campanha negativa, onde os candidatos acabam tratando o adversário como o ;pior; para o futuro da cidade. No caso de Rollemberg, ele ressalta as parcerias negativas e a inviabilidade das propostas de Ibaneis que, por sua vez, diz que o atual governador ;não tem capacidade para governar e que, por isso, não estaria preparado para mais quatro anos de governo;, reitera o professor.
*Estagiário sob supervisão de Anderson Costolli