Mensagens de abuso sexual infantil compartilhadas no WhatsApp entraram na mira de delegados da Polícia Civil que atuam na CPI da Pedofilia da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CPI). Investigadores identificaram 145 grupos no aplicativo, com uma média de até 200 participantes em cada um, onde eram postadas imagens com conteúdo sexual infantil. Na tarde desta quinta-feira (18/10), o presidente da CPI, deputado Rodrigo Delmasso (PRB), dará mais esclarecimentos de como funcionava o esquema criminoso.
Não houve prisão, porque os materiais ainda precisam passar por perícia. Os delegados apreenderam, ainda, 15 celulares na operação denominada Erástes. As mensagens compartilhadas nos grupos apresentavam, ainda, imagens pornográficas de crianças e adolescentes.
Para a CPI da Pedofilia, tratava-se de uma "rede de abuso sexual infantil" no Distrito Federal. Em nota, Delmasso informou que dados da Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontam que, em 2010, 250 mil crianças estavam se prostituindo no Brasil.
Para o parlamentar, o lugar de crianças e adolescentes é na escola. ;Essa cultura de exploração do trabalho sexual infantil não pode se firmar no DF e vamos investigar e prender esses criminosos;, afirmou. O nome da operação, Erástes, faz referência a um homem que, na Grécia Antiga, se relacionava com um menor de idade.
Aliciamento de menores
A CPI também realizou a segunda Fase da Operação Crisálida, que investigou o aliciamento de menores em regiões carentes do Distrito Federal e Entorno, para fins de exploração sexual. Parlamentares descobriram o uso de salas de bate-papo virtuais e sites de relacionamento para a divulgação de adolescentes para atuarem como ;garotas de programa;.
As denúncias apontam que páginas em redes sociais oferecem programas sexuais com adolescentes com valores de até R$ 2 mil. De acordo com as investigações, a organização criminosa age no Distrito Federal e no Entorno e os suspeitos também ofereciam drogas aos menores explorados.