Jornal Correio Braziliense

Cidades

Ex-diplomata do Itamaraty é preso por violência contra a mulher

Prisão foi decretada para garantir a ordem pública. Em 2016, ele agrediu uma ex-namorada

O ex-diplomata do Ministério das Relações Exteriores (MRE) Renato de Ávila Viana, 42, foi novamente preso na terça-feira (16/10), enquadrado na Lei Maria da Penha, desta vez de forma preventiva, isto é, por tempo indeterminado. A decisão, do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do Núcleo Bandeirante, é referente ao processo que responde desde 2016, quando agrediu uma ex-namorada, fazendo com que ela perdesse um dente. À época, ele cumpria medida protetiva e foi preso em flagrante, mas solto logo depois.
A briga foi em um motel de Brasília, em novembro. Ele e a vítima estavam separados e, quando a jovem se recusou a retomar o relacionamento, ele a atacou. O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) confirmou os hematomas nos braços, perna e pescoço da moça. No mês seguinte, ele a agrediu novamente, com chutes e cabeçadas, fazendo com que ela perdesse um dente. Depois disso, ele foi demitido do MRE.
A delegada Sandra Gomes, da Delegacia da Mulher (Deam) explicou que a prisão preventiva foi decretada para garantir a ordem pública. ;O Ministério Público pediu e o juiz acatou, já que ele continua agredindo outras mulheres.; A declaração faz referência a prisão recente de Renato, em setembro, quando vizinhos chamaram policiais depois de ouvir gritos do apartamento em que ele vivia com uma companheira. À época, foi preso por violência contra a mulher, desacato e lesão corporal, mas pagou fiança de R$ 1 mil e foi liberado.
A advogada de defesa Dênia Magalhães disse que ela e Renato só vão se pronunciar após estudar o caso. Quanto à demissão do ministério, ela informou que Renato ainda não decidiu se vai recorrer ou não.

Outras acusações

O histórico do ex-diplomata traz casos de violência contra a mulher há pelo menos 15 anos. No primeiro, ele respondeu por supostamente ter atacado uma funcionária do ministério. O processo foi arquivado, mas, em 2006, encarou outra sindicância, quando recebeu uma advertência depois de ser acusado de violência contra uma paraguaia. Em 2016, foi acusado de manter em cárcere privado uma mulher de 35 anos com problemas psiquiátricos.