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Flavia Arruda é a federal mais votada no DF, seguida de Erika Kokay

Cinco mulheres e três homens conquistaram as vagas do DF na Câmara Federal. Flavia Arruda (PR), mulher do ex-governador José Roberto Arruda, ficou em primeiro lugar entre os 179 candidatos

As eleições no Distrito Federal para a Câmara dos Deputados foram definidas por maioria feminina. Das oito vagas disputadas, cinco foram conquistadas por mulheres e três por homens. Em primeiro lugar ficou Flavia Arruda (PR), mulher do ex-governador do DF José Roberto Arruda.
Nas eleições de 2014, ela concorreu como vice-governadora de Jofran Frejat, depois de o marido ser barrado pela Lei da Ficha Limpa e renunciar à candidatura ao Buriti. Em 2018, a campanha da ex-primeira dama foi a aposta alta do partido e recebeu R$ 2,4 milhões em doações. Dos 179 concorrentes ao cargo de deputado federal, ela teve o maior investimento ; quase o limite, de R$ 2,5 milhões.

Confira os candidatos que ocuparão as oito cadeiras destinadas ao DF na Câmara Federal e o percentual de votos recebidos:

1; - Flavia Arruda (PR) - 8,43%
Esposa do ex-governador José Roberto Arruda, Flavia Arruda (PR), 38 anos, ocupa pela primeira vez uma cadeira na Câmara dos Deputados e foi a candidata mais votada para o cargo. Nas eleições de 2014, ela concorreu como vice-governadora de Jofran Frejat, depois de o marido ser barrado pela Lei da Ficha Limpa e renunciar à candidatura ao Buriti. Em 2018, a campanha da ex-primeira dama foi aposta alta do partido e recebeu R$ 2,4 milhões em doações. Dos 179 postulantes ao cargo de deputado federal, ela teve o maior investimento ; quase o limite, de R$ 2,5 milhões. Durante a campanha, Flavia destacou projetos que ajudou a desenvolver durante o governo do esposo, como o Mãezinha Brasiliense e o Bolsa Universitária. Formada em educação física pela Universidade Católica de Brasília (UCB) e estudante de direito, ela tem duas filhas com o ex-governador do Distrito Federal.

2; - Erika Kokay (PT) - 6,25%
Natural de Fortaleza, a cearense Erika Kokay (PT), 61 anos, foi duas vezes deputada distrital e, agora, ocupa o cargo de deputada federal pela terceira vez. No Congresso, é titular da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos. Em 2017, quando o então procurador-geral da república, Rodrigo Janot, denunciou o presidente Michel Temer por corrupção, ela foi a única parlamentar do Distrito Federal que votou a favor da continuidade das investigações pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os projetos de lei de autoria da petista que tramitam no Congresso Nacional estão o que tipifica o crime de divulgação de notícias ou informações falsas e o que criminaliza a divulgação, sem consentimento, de fotos, vídeos ou outros materiais relativos à intimidade da mulher.

3; - Bia Kicis (PRP) - 6%
Natural de Resende (RJ), a advogada Bia Kicis (PRP), 57 anos, atuou como procuradora do Distrito Federal por 24 anos e se aposentou em 2016. Durante a campanha como candidata à Câmara dos Deputados, ela enfatizou a defesa da segurança pública e jurídica, da família, da vida e da propriedade privada, além da Operação Lava-Jato. Bia Kicis também apoiou o combate à corrupção e à impunidade. No campo econômico, ela se declarou como defensora de valores liberais traduzidos em economia de livre mercado, com incentivos ao empreendedorismo privado e sem interferência do Estado. A advogada ainda prometeu levar educação e saúde a cidades a fim de descentralizar o poder da União. Entre as propostas de Bia Kicis, apoiada pelo candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), também está a redução dos impostos.

4; - Julio Cesar (PRB) - 5,54%
Mais um nome novo na Câmara dos Deputados, Julio Cesar (PRB), 43 anos, é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus e foi eleito como distrital nas eleições de 2014. Antes disso, atuou como secretário de Esporte. Natural de São Bernardo do Campo (SP), é casado e formado em direito pela Universidade Ibirapuera (Unib), de São Paulo. Entre os projetos de lei de autoria do deputado estão o que institui o projeto Ginástica nas Quadras em todas as regiões administrativas do Distrito Federal e o que inclui as artes marciais como componente curricular facultativo nos ensinos fundamental e médio da rede pública de ensino do DF. Ambos estão em tramitação. Assim como Celina Leão (PR), é réu por corrupção passiva e investigado na Operação Drácon. Responde às mesmas acusações de envolvimento em esquema de pagamento de propina na Câmara Legislativa.

5; - Professor Israel (PV) - 4,69%
Professor e cientista político, o brasiliense Israel Batista (PV), 36 anos, assumiu o cargo de deputado distrital pela primeira vez em 2010. Em 2014 foi reeleito como o terceiro candidato mais votado e, nas eleições de 2018, optou por se eleger à Câmara dos Deputados. Enquanto distrital, propôs a criação do Brasília sem Fronteiras, programa de intercâmbio estudantil para alunos dos Centros Interescolares de Línguas (CILs) de Brasília, universitários e servidores públicos do GDF, além da lei que permite o recebimento dos créditos do programa Nota Legal em dinheiro para quem não tem carro ou casa. Com foco na educação, as propostas do deputado para o novo mandato incluem a promoção de ações para valorização da escola pública desde o ensino básico, o fortalecimento dos câmpus do Instituto Federal de Brasília (IFB), a construção de CILs em todas as cidades do Distrito Federal e a defesa integral da Universidade de Brasília (UnB).

6; - Luis Miranda (DEM) - 4,52%
Empresário, palestrante e morador de Miami, nos Estados Unidos, Luis Miranda (PRB), 38 anos, tem dois filhos e vive no estado da Flórida desde 2014. O brasiliense investiu em diferentes negócios. Desde que se mudou para o país norte-americano, Luis Miranda divulga palestras nas mídias sociais para auxiliar brasileiros que queiram viver legalmente por lá. Entre os eixos focados pelo empresário estão segurança pública, saúde, educação, empreendedorismo, combate à corrupção e a reforma tributária. Em prol desse último objetivo, ele se comprometeu a criar mecanismos que simplifiquem e unifiquem as normas relativas aos impostos. Luis Miranda ainda prometeu lutar para garantir o desenvolvimento sustentável das cidades e viabilizar a criação de empregos e a diminuição de desigualdades.

7; - Paula Belmonte (PPS) - 3,2%
Estreante na política, Paula Belmonte (PPS), 45 anos, foi uma das cinco candidatas a declarar a maior arrecadação para a campanha: R$ 1,4 milhão. Não constam, nos registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), recebimentos dos cofres da sigla. O maior financiador da deputada neste pleito foi o marido, Luis Felipe Belmonte, que concorreu como primeiro suplente do candidato ao Senado Izalci Lucas (PSDB), de chapa oposta à dela e a mesma de Alberto Fraga (DEM). Paula concorreu na coligação de Rogério Rosso (PSD). Formada em administração, ela usou a imagem de empreendedora para conquistar os eleitores durante a campanha. Também se manifestou contra a reeleição de senadores e declarou que deputados deveriam assumir o mesmo cargo no máximo duas vezes. Além disso, chamou de imoral o foro privilegiado dos parlamentares.

8; - Celina Leão (PP) - 2,2%
A goiana Celina Leão (PP), 41 anos, se elege pela primeira vez como deputada federal. Antes, foi presidente da Câmara Legislativa e deputada distrital duas vezes. Ela foi a aposta do partido, que investiu R$ 1,8 milhão da direção nacional da sigla na campanha. Formada em administração de empresas e estudante de direito, é casada e mãe de dois filhos. Em 2017, Celina e outros quatro distritais se tornaram réus por corrupção passiva, acusados de envolvimento com o pagamento de propina na Câmara Legislativa. A denúncia, apresentada pelo Ministério Público, foi recebida pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) em processo decorrente da operação Drácon. Na semana anterior às votações do primeiro turno, a 6; Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, por unanimidade, recurso da deputada pedindo anulação do processo.

Quociente eleitoral

Embora tenha alcançado uma porcentagem de eleitores maior que a da candidata Celina Leão, o Professor Paco (Podemos), não conquistou a oitava cadeira destinada aos deputados do Distrito Federal na Câmara dos Deputados. O motivo seria o cálculo do quociente eleitoral, que leva em conta, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a proporção dos votos obtidos pelos partidos ou coligações para a eleição de deputados.
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